Mais um semestre dos cursos de Comunicação e Cultura Popular e Sociologia e Comunicação, mais um semestre com ótimos trabalhos! Sendo assim, as próximas postagens do blog serão direcionadas a eles.
A começar pelo *mais novo hit da internet*. Não é para tanto! Mas o Flash Mob produzido pela turma de Comunicação e Cultura Popular desse ano ganhou grande visibilidade na web, chegando a mais de 27.000 visualizações no YouTube. Guiando-se através do conceito de hibridização cultural e da ideia de ocupação e apropriação do espaço público, a turma criou uma coreografia para a música "Passinho do Volante" de Mc Federado e os Leleks e apresentou-a em forma de Flash Mob no Centro Cultural Banco do Brasil.
Abaixo, segue a ficha técnica e a justificativa do trabalho, junto com o vídeo!
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Flashmob: Ah, Lelek Lek Lek Lek Lek Lek
Música: Passinho de Volante - MC Federado e Os
Lelekes
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) -
Centro, Rio de Janeiro, RJ
Data: 16 de março de 2013
Alunos:
Ana Beatriz Domingues, Bruno Pestana, Bruno
Rocha, Caroline Dabela, Caroline Moreira, Clara Sacco, David Barenco, Eduardo
Glasser, Enio Graeff, Gisele Vargas, Helena de Serpa, Ioná Ricobello, João
Pedro Martins, Júlia Corrêa Pacheco, Júlia Robadey, Juliana Henrice, Lia
Ribeiro, Lonya Mana, Luana Calazans, Luana Furtado, Lucas Camacho, Mariana
Darsie, Paulo Victor Gitsin, Pilar Diniz,Rafael Cathoud, Raquel Mattos, Rávellyn
Borges, Tatiana de Moraes, Teresa Barros, Thayná Couto Faria, Vinícius Küster,
Wesley Prado, Yone Benicio.
Participantes convidados:
Aline Massa (filmou), Débora Nunes (filmou),
Emmanuel Ferreira (filmou), Felipe Lemos (filmou), Fernanda Moraes (dançou), João
Mendonça (filmou), Isabelle Pacheco (filmou), Larissa Mendonça (dançou), Lis
Neves (dançou), Marcelo Mucida (dançou), Marcelo Weber (dançou), Negra Maria
(filmou), Rodolfo Darsie (dançou).
O Flashmob foi uma perfomance desenvolvida como
trabalho final para a disciplina Comunicação e Cultura Popular II, ministrada pela
professora Ana Enne.
Motivados em parte pela vontade de realizar o
sonho da professora e em parte pelas incríveis possibilidades de significação
de um flashmob, escolhemos este "veículo" para dar vazão as diversas
questões trabalhadas em sala. O simples fato de inserir o funk "hit"
do momento, que tão bem representa a cultura popular, em um espaço de cultura,
dito democrático, mas que abriga manifestações culturais já consagradas e,
principalmente, hegemônicas problematiza a hierarquização da cultura e
evidencia seu papel como espaço de luta e disputa por significação.
Relação com os conceitos trabalhados na matéria:
O flashmob objetivou trabalhar a cultura como
espaço de lutas, evidenciando a dinâmica relação entre cultura hegemônica e
cultura popular. Nas aulas de Comunicação e Cultura Popular, inicamos os
estudos compreendendo a construção do conceito de cultura popular e suas duas
visões clássicas: a Iluminista e a Romântica, que a colocam, respectivamente em
uma posição de cultura menor, não letrada, aleatória, bárbara - que deve ser
controlada, evitada e no lugar da tradição, da essência, do rústico - aquilo
que deve ser preservado. Vimos que a distinção entre a "elite" e o
"povo" é o tempo todo reafirmada no espaço da cultura que é permeado
por questões de distinção e "níveis de cultura".
Em um esforço de desconstrução dessas duas noções
e complexificação dos processos em torno da cultura, em particular da cultura
popular, a disciplina constrói um caminho teórico a ser trilhado e
posteriormente exemplificado em diversos âmbitos e através de veículos e
produtos culturais diversificados. Partimos dos estudos de Peter Burke sobre a
cultura popular na Modernidade onde ele afirma que a cultura oficial,
representada pela elite aristocrática e pela Igreja Católica, se mistura com a
popular, porém com transformações significativas, mantendo-se a separação
do poder econômico. Redfield (EUA) trabalha com a ideia de que a cultura
erudita tem grande tradição, muita preocupação e cuidado na sua manutenção. Por
sua vez, a cultura popular tem uma pequena tradição, mas é bastante viva.
Acompanhamos o processo de transição entre as ideias de biculturalidade (ou bilíngue),
reforçada por Bakhtin, e de circularidade cultural, trazida por Grinzburg. A
circularidade confere, a qualquer processo cultural, a negociação de discursos
com seus referentes contemporâneos, antecessores e sucessores. Podemos
articular o flashmob à diversos autores da Nova História Cultural. A apresentação
do funk no CCBB se relaciona aos conceitos de hibridização de Canclini,
apropriação de Chartier e "modos de fazer com" de Certeau. As
fronteiras entre identidades, tradição e modernidade tornam-se mais difusas,
mais flexíveis, mas este instante também representa contradições, por este ser
um local que deve refletir a cultura brasileira e, muitas vezes, é focado na
dita "alta cultura". Assim, o flashmob representa, em pequena escala,
uma ação contra-hegemônica de mediação, mais uma vez reflexo de nossos estudos,
incluindo aqui Gramsci e Barbero.
A organização foi feita virtualmente, através de
um grupo secreto no Facebook. A partir da mobilização de alguns grupos de
alunos - que, separadamente, pensavam em realizar flashmobs -, foi criado o
grupo para integrar todos os que desejassem fazer parte deste projeto, assim
realizando apenas um flashmob, com o maior número possível de alunos. A partir
de então, diversas ideias foram colocadas em pauta, e uma votação foi criada.
As possibilidades eram:
- "Ah lelek lek lek" a ser realizado
no CCBB;
- "Um novo tempo" a ser realizado em
um dos seguintes locais: SAARA, Central, rodoviária Novo Rio;
- Outro Funk;
- Alguma música que representasse a hibridização
(exemplo cogitado: Dona Joana canta Zezé Di Camargo e Luciano);
- Alguma música do projeto "Jeito
Felindie";
- Tecnobrega;
- Harlem Shake;
- Festa no Apê.
Para a realização, foram realizados apenas dois
ensaios presenciais: o primeiro no dia 12 de março e o segundo no dia 16 de março.
O encontro do dia 12 foi a única reunião
realizada de forma não virtual, desta reunião foram retiradas as seguintes
comissões:
Comissão
de Coreografia: Gisele Vargas, Lonya Mana, David Barenco e Tatiana
Moraes.
Responsável por elaborar a coreografia de forma
simplificada e gravar um tutorial para que todos pudessem ensaiar
indivudualemente em suas casas. O tutorial possibilitou também a participação
de pessoas que não eram da turma.
Comissão
de Audiovisual: Wesley Prado e Débora Nunes
Responsável por direcionar todas as pessoas que
iriam filmar, pensar o posicionamento das câmeras e o melhor aproveitamento da
captação de som.
Câmeras: Wesley, Débora,
Felipe, João, Isabele e Caroline
Convidados para realização das filmagens e
alunos que preferiram filmar.
Comissão
de edição: Lia Ribeiro
Responsável por juntar todas as filmagens
oficiais e algumas extra-oficiais.
Comissão
do Som: Mariana Darsie, Teresa Cristina e Lia Ribeiro
Responsável por procurar algum equipamento de
som a base de pilha a ser usado no dia.
Comissão
da Surpresa: Clara Sacco
Responsável por articular a ida da Professora
Ana Enne ao CCBB, para que ela visse o flashmob, mas sem estragar o elemento
surpresa.
Outras funções importantes:
Menino
Maluquinho: Paulo Victor Gitsin
Interação coreográfica com a exposição do CCBB,
Paulo Victor foi o escolhido para iniciar a coreografia dançando no Kinect com
o Menino Maluquinho.
Puxadora: Gisele Vargas
Responsável por dar o play no som e iniciar o
canto da música, dando o tempo certo a todos os outros participantes.
O ensaio geral e a realização aconteceram no
mesmo dia, 16. O ensaio, porém, ocorreu mais cedo na Praça XV, depois todos se
encaminharam para o CCBB.
Assista ao vídeo!
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