Não é novidade para ninguém que boa parte dos meios de comunicação no Brasil estão nas mãos de núcleos familiares que dominam determinada região, claro, sob as rédeas de uma emissora de abrangência nacional. Não é difícil encontrar exemplos disso: algumas filiadas do império global como o Sistema Mirante de Comunicação, localizada no Maranhão e que pertence a família Sarney, a Organização Jaime Câmara, de propriedade da família Câmara, que controla os principais veículos de comunicação massiva em Goiás, se estendendo ainda ao estado do Tocantins e a Rede Brasil Sul, o maior grupo de comunicação regional do país sediado no Rio Grande do Sul da família Sirotsky, além da própria Rede Globo, o maior grupo de comunicação do país e que é dirigida pela família Marinho.
O que pretendo nesse post é pensar como essas duas grandes instituições da sociedade contemporânea, a Família e a Mídia, estão atreladas e o que isso pode nos dizer sobre os valores que nos são transmitidos. Sendo a mídia um dos principais instrumentos formadores de opinião, de consciência coletiva como nos diria Durkheim e de ideologia como chamaria Marx, até que ponto há interferência de uma instituição sobre a outra? Não quero ser determinista, mas até que ponto os valores conservadores da família brasileira, nesse caso da classe dominante, nos são repassados como modelo? Será apenas coincidência os apresentadores titulares do Jornal Nacional, o jornal televisivo mais assistido no país, encarnarem o ideal de família burguesa contemporânea? Porque não um jornalista homossexual? Ou portador de necessidades especiais?
É, estamos de volta a uma velha discussão...
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