quarta-feira, 15 de abril de 2015

Mídia e Memória - Trabalhos Finais: “Entre Chás e Madeleines”.

Attila Marcel, filme francês dirigido por Sylvain Chomet, é denso e repleto de significados. O filme conta a história de Paul, um homem adulto que sofre e carrega consigo as lembranças de seu passado. A memória da infância do protagonista está bastante presente, ainda que algumas vezes de maneira subliminar.

O intuito deste trabalho, feito pela aluna de Mídia e Memória, Gisele Delatorre, é analisar o filme e sua constante relação com a memória. A partir de autores que estudam o assunto, o trabalho relaciona as vivências de Paul, o protagonista do filme, com conceitos estudados por esses autores, como, por exemplo: fenômeno regressivo de Freud, lembrança de Halbwachs e memória de Marcel Proust. 



Filmado em 2013, o filme francês dirigido por Sylvain Chomet (“As Bicicletas de Belleville”, “Paris, Te Amo”) é uma película repleta de não coincidências aos diversos fatores que envolvem a memória e suas implicações no mundo em que se vive, ou ainda: o presente em constante diálogo com o passado, sendo aquele periodicamente reconfigurado e atualizado por este conforme a narrativa se constrói.

Paul (Guillaume Gouix), protagonista da obra, é um homem extremamente infantilizado que, mesmo aos trinta anos, continua morando com suas tias, (interpretadas por Bernadette Lafont e Hélène Vincent), que o criaram devido à morte até então desconhecida de seus pais quando tinha apenas dois anos. Por conta de tal trauma, Paul se comunica apenas pelas suas expressões, por avisos deixados numa lousa em sua casa ou – mais expressivamente - pelo piano, instrumento que toca habilmente nas aulas de dança dadas por suas tias. 

Logo na cena inicial é mostrado que memórias muito distantes da infância do protagonista – não esquecidas, porém, além de traumáticas, muito remotas e por tais motivos mais difíceis de serem ativadas conscientemente – estão aparecendo (não coincidentemente) em sonhos, que Freud em “A Interpretação dos Sonhos” (1899/1900) aponta como um fenômeno regressivo no qual os estados primitivos da infância nos são devolvidos, onde sempre há um significado da realização de desejos reprimidos. Halbwachs afirma que existe tal dificuldade para ativar lembranças da infância, pois ainda não nos era caracterizado a noção de sermos entes sociais.

Confira o trabalho completo aqui.

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