quarta-feira, 15 de julho de 2009

Trabalhos Finais de Sociologia - 2009/01 - Parte II

Continuando com os trabalhos finais, abaixo segue o de Priscila Mataruna, aluna de Sociologia II.


Fazer parte de uma comunidade referencial pode, sim, restringir nossa visão de mundo. Simplesmente morar numa cidade grande impossibilita que tenhamos uma cosmovisão próxima da realidade e, portanto, vamos vivendo dentro de uma redoma virtual. À medida que crescemos, tudo gira em torno de nós, os pontos turísticos, a publicidade, as melhores oportunidades, as notícias, as novidades do exterior. Crescemos acreditando que todo o mundo é cheio de prédios, ruas com placas e sinais de trânsito por todos os lugares. Basta uma viagem a duas ou três cidades no interior do país para entender que o nosso modo de viver é, na verdade, minoria. E esta ilusão ocorre porque estamos inseridos numa comunidade que é determinada como um espaço social de maior poder diante de outros. Nossa identidade de “pessoas de cidade grande” faz com que nosso capital simbólico seja maior e nossos conceitos de valor, beleza e modernidade sejam copiados nas cidades pequenas, onde as pessoas temem “ficar pra trás” porque foi convencionado que as pessoas que vivem na cidade grande são “superiores”. Por sua vez, reproduzimos modos de vida do exterior, já que a globalização abre as portas para o conhecer o mundo lá fora. Assim, preferimos as capitais mundiais ao nosso estilo próprio e nacional de viver. Eis aí, portanto, uma questão: será que, em todos esses anos, não perdemos a verdadeira identidade nacional - que poderíamos construir juntos com as cidades menores – enquanto impomos dentro de nossa estrutura que o melhor é “civilizar” nossos costumes num contexto globalizado?
As ‘identidades’ flutuam no ar, algumas de nossa própria escolha, mas outras infladas e lançadas pelas pessoas em nossa volta, e é preciso estar em alerta constante para defender as primeiras em relação à últimas” (BAUMAN, Zygmunt. IDENTIDADE, p. 19)

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