A idéia para o trabalho de Ana Carolina Perdigão surgiu a partir de reflexões levantadas nas aulas de Sociologia e Comunicação II, mais especificamente, no debate sobre Globalização e Pós-Modernidade. Busquei, através desta colagem, trazer de alguma forma essas questões para o campo da arte fotográfica.
Se a fotografia é moderna por essência, é verdade que em tempos de descentramento do tempo-espaço e da disseminação da multiplicidade de discursos, ela corre riscos de perder o seu valor como registro. O homem, sentindo-se desorientado e angustiado com a impossibilidade de estabelecer certezas, perde a crença na máquina capaz de registrar com luz um recorte de visão por ele selecionado. Surge então, e dissemina-se pela internet, uma nova forma de fotografar (ou colar fotografias), a panografia. Ainda que sua ampliação no recorte do tempo-espaço de alguma forma possibilite uma criação de sentido/afetividade facilitada, este não parece ser o intuito da panografia. Sua única verdade é justamente a incapacidade de afirmar-se como completa.
Um comentário:
mas os panópticos do século XIX são o embrião desde tipo de fotografia, né.
Que aliás, o David Hockney buscou esse olhar panespacial mas ao mesmo tempo não total quando ele fez as séries dele na década de 70 (se eu não me engano).
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