sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "O habitus em 'Que Horas Ela Volta?'"

Estamos de volta com a tradicional postagem dos trabalhos finais, iupi!

E para abrir a sequência desse semestre, uma análise muito interessante do Matheus Bibiano, aluno de Sociologia e Comunicação, sobre o filme "Que horas ela volta?".

A obra, da diretora Ana Mulayert, estreou esse ano e recebeu uma avalanche de críticas positivas, inclusive, sendo cotado para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme traz uma discussão muito pertinente sobre a sociedade brasileira contemporânea, questionando o lugar que cada sujeito ocupa numa sociedade hierarquizada e marcada pela diferença entre classes sociais. Matheus analisa o papel de cada personagem do filme, exemplificando através de situações da trama, a relação com o modelo de sociedade estudado por Pierre Bourdieu. 


"No filme, a atriz Regina Casé encarna a pernambucana Val, uma mulher que, há mais de dez anos, deixou sua filha com o avô, no Recife, para trabalhar como babá e empregada doméstica na casa de uma família de classe média alta na cidade de São Paulo. Val, que não tem sua própria casa, trabalha e mora na mansão dos patrões. Às vezes, até sai à noite com uma amiga que trabalha em uma casa da vizinhança. Val parece bem e não questiona o tratamento que recebe dentro da casa, e exerce a sua função sem muitas reclamações.

Até então tudo parecia tranquilo, mas a situação muda com a chegada de Jéssica, filha de Val, que, depois de treze anos, decide vir para São Paulo fazer a prova de vestibular da USP para cursar arquitetura. Já a caminho da casa dos patrões de sua mãe, Jéssica demonstra a sua indignação com o fato de sua mãe morar no trabalho: “Tu mora no quartinho dos fundos da casa deles?”. A menina, ao invadir o ambiente dessa família provoca algumas reações desagradáveis para todos os personagens: Bárbara se impressiona com o curso de desejo de Jéssica; José Carlos se sente atraído pela moça; Fabinho apenas demonstra certa indiferença. O filme é praticamente dividido entre o antes e o depois da chegada de Jéssica e sua narrativa se desenvolve acerca disso. 

A partir do método do estruturalismo construtivista e/ou construtivismo estruturalista, desenvolvido por Pierre Bourdieu durante o século XX, é possível identificar alguns aspectos da narrativa e construção de personagens do filme que se encaixam na teoria do espaço social e a mobilidade entre campos de interação possíveis abarcadas pela sinopse do longa. [...]"

Confira o trabalho na íntegra aqui.

Confira também o trailer do filme!



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