segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "Análise do filme 'Eu, você e a garota que vai morrer' a partir de conceitos de Zygmunt Bauman"

Nina Oyens, da turma de Sociologia e Comunicação, trabalhou um dos conceitos chaves de Zygmunt Bauman: a modernidade líquida. Para isso, a aluna usou como objeto de análise o filme "Eu, você e a garota que vai morrer", do diretor Alfonso Gomez-Rejon, baseado no livro homônimo escrito por Jesse Andrews.

Em seu trabalho, Nina analisa o comportamento dos três personagens principais, adolescentes, diante da sociedade contemporânea, fortemente marcada pela volatilidade das relações interpessoais. A partir do ponto de vista do protagonista, a aluna demonstra como o jovem, inserido na lógica ambígua que consiste entre ser livre e ficar só ou ter companhia e se prender, se porta diante de uma situação inesperada por ele.

Trabalho muito bacana para refletirmos o modo como construímos, mantemos e desconstruímos as nossas relações interpessoais e como elas são afetadas pelas questões sociais da pós-modernidade.



"O filme norte-americano “Eu, você e a garota que vai morrer” (título original: “Me and Earl and the dying girl”), baseado no livro de mesmo nome, retrata a vida de Greg em seu último ano de Ensino Médio, através de uma narração introspectiva e autorreflexiva em primeira pessoa pelo personagem principal. O filme apoia-se muito em seus diálogos, logo, os diversos relacionamentos entre personagens são o foco principal, especialmente a relação entre Greg e Rachel, sua colega de classe que descobre ter leucemia. Não há, contudo, envolvimento amoroso entre os dois, como Greg afirma diversas vezes pelo filme: “isso não é um história comovente de amor”. Em vez disso, Rachel torna-se sua primeira "oficial" amizade, já que o menino tem uma extrema dificuldade em aproximar-se das pessoas e chamá-las de “amigo”. Isso fica claro quando ele introduz seu melhor amigo de infância como um “colega de trabalho”, já que os dois fazem filmes juntos. Seu medo de se apegar aos outros leva-o a querer tornar-se invisível aos olhos de seus colegas de escola, mas sua nova amizade muda completamente sua percepção em torno de relacionamentos, do futuro incerto e da morte (uma resenha mais completa a respeito do livro pode ser encontrada ao final do trabalho). Tais questões podem ser amplamente analisadas através das lentes do pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman, especificamente em sua obra “Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos”.

Já no prefácio de seu livro, Bauman traz a ideia de que, ao mesmo tempo em que homens e mulheres anseiam por relacionar-se e conviver com outros, temem a solidez que a criação de vínculos representa, por não suportarem a ideia de estarem “presos" a uma pessoa para o resto de suas vidas. Essa ambiguidade em querer estar com alguém, mas também querer estar livre para explorar outras, possivelmente melhores, opções é típica, de acordo com o autor, do caráter volátil da "modernidade líquida” em que vivemos atualmente. Também ressalta que relacionamentos são repletos de altos e baixos e, às vezes, os sacrifícios que eles demandam não são compensados, o que leva muitos a optarem pelo não envolvimento. Tal situação assemelha-se à atitude de Greg, que mantém-se amigável na maneira como trata seus colegas, mas distante, convivendo de forma superficial de modo que não sofra ou destaque-se em meio à multidão de alunos."

Confira o trabalho na íntegra, clique aqui!

Confira abaixo o trailer do filme.

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