sexta-feira, 18 de julho de 2014

Mídia e Representações da Favela - Trabalhos Finais: Análise de uma representação midiática - a série de televisão "The L World"

Continuando (involuntariamente) com os estudos de produtos audiovisuais, apresentamos o trabalho de Ana Carolina Garcia para a disciplina "Mídia e Representações da Favela". A aluna produziu uma análise rica sobre a série de TV "The L World" (2004), que conta a história de amigas (lésbicas, em sua maioria) que vivem em Los Angeles. Com breve comentários sobre marcos históricos da representação gay na televisão norte-americana, o trabalho pontua a importância do seriado para a comunidade LGBT na grade (mesmo que por assinatura) estadunidense e, também por outros métodos, mundial.

Com citações diretas à bibliografia do curso e apresentando exemplos de arcos narrativos para o seu desenvolvimento, o trabalho vale muito a leitura!
 
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O trabalho que será apresentado é a análise de uma representação midiática e o objeto escolhido como exemplificação do tema é a série The L Word, que teve sua estreia na tevê americana em janeiro de 2004 e encerrou sua última temporada em março de 2009. A série teve seis temporadas, com setenta episódios exibidos no ar pelo canal Showtime.
 Dito isso, a abordagem será feita através do registro pós-estruturalista. Através da escolha de um programa de televisão, a representatividade se torna notória, exterior, pois só pode ser representado àquilo que pode ser visto, palpável. Pois, segundo Silva (2012), “a representação é concebida unicamente em sua dimensão de significante, isto é, como sistema de signos, como pura marca material. A representação expressa-se por meio de uma pintura, de uma fotografia, de um filme, de um texto, de uma expressão oral.”
O tema central do programa era o dia a dia de um grupo de amigas, na sua maioria, lésbicas em Los Angeles, West Hollywood. Discutia seus relacionamentos, seus amores, suas amizades, suas famílias, suas carreiras, ou seja, o aspecto cotidiano da vida dessas personagens.
A escolha por essa representação midiática foi por encontrar pela primeira vez um programa de televisão que ousou retratar a temática LGBT, que tentou promover um diálogo nunca antes feito na televisão americana. Pois, de acordo com (SILVA, 2012), questionar o que é a identidade e o que é a diferença, é questionar os sistemas de representação que lhe dão suporte e sustentação.  Ou seja, são sistemas de poder e essa representação é arbitrária, indeterminada, pois não é algo da natureza, é uma forma de atribuição de sentido, dentre várias infinitas possibilidades dentro de um sistema de significação.
Isto é, outra possibilidade foi finalmente mostrada através da criação desse programa, porque foi idealizado por uma mulher lésbica, dirigido e escrito por mulheres gays e atuado por atrizes assumidamente homossexuais e bissexuais.
Outra questão fundamental desse trabalho é que ele não tem a pretensão de definir padrões de representatividade da comunidade LGBT, nem tem a intenção de problematizar todas as questões intrínsecas e políticas que permeiam a série e o objetivo de se ter essa ou aquela abordagem e por quê. A intenção desse estudo é simplista no que tange apenas demonstrar e exemplificar através de alguns personagens e temas escolhidos, como é importante a representatividade midiática nos veículos de massa e os benefícios que se tenham, gradativamente, mais representações para ampliação do debate, aumentando a transparência e criando assim um ambiente propício para o diálogo.

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