Continuando (involuntariamente) com os estudos de produtos audiovisuais, apresentamos o trabalho de Ana Carolina Garcia para a disciplina "Mídia e Representações da Favela". A aluna produziu uma análise rica sobre a série de TV "The L World" (2004), que conta a história de amigas (lésbicas, em sua maioria) que vivem em Los Angeles. Com breve comentários sobre marcos históricos da representação gay na televisão norte-americana, o trabalho pontua a importância do seriado para a comunidade LGBT na grade (mesmo que por assinatura) estadunidense e, também por outros métodos, mundial.
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O trabalho que será
apresentado é a análise de uma representação midiática e o objeto escolhido
como exemplificação do tema é a série The
L Word, que teve sua estreia na tevê americana em janeiro de 2004 e
encerrou sua última temporada em março de 2009. A série teve seis temporadas,
com setenta episódios exibidos no ar pelo canal Showtime.
Dito isso, a abordagem será feita através do
registro pós-estruturalista. Através da escolha de um programa de televisão, a
representatividade se torna notória, exterior, pois só pode ser representado
àquilo que pode ser visto, palpável. Pois, segundo Silva (2012), “a
representação é concebida unicamente em sua dimensão de significante, isto é,
como sistema de signos, como pura marca material. A representação expressa-se
por meio de uma pintura, de uma fotografia, de um filme, de um texto, de uma
expressão oral.”
O tema central do
programa era o dia a dia de um grupo de amigas, na sua maioria, lésbicas em Los Angeles, West Hollywood. Discutia
seus relacionamentos, seus amores, suas amizades, suas famílias, suas carreiras,
ou seja, o aspecto cotidiano da vida dessas personagens.
A escolha por essa
representação midiática foi por encontrar
pela primeira vez um programa de televisão que ousou retratar a temática LGBT,
que tentou promover um diálogo nunca antes feito na televisão americana. Pois,
de acordo com (SILVA, 2012), questionar o que é a identidade e o que é a
diferença, é questionar os sistemas de representação que lhe dão suporte e
sustentação. Ou seja, são sistemas de
poder e essa representação é arbitrária, indeterminada, pois não é algo da
natureza, é uma forma de atribuição de sentido, dentre várias infinitas
possibilidades dentro de um sistema de significação.
Isto é, outra possibilidade
foi finalmente mostrada através da criação desse programa, porque foi
idealizado por uma mulher lésbica, dirigido e escrito por mulheres gays e
atuado por atrizes assumidamente homossexuais e bissexuais.
Outra questão
fundamental desse trabalho é que ele não tem a pretensão de definir padrões de
representatividade da comunidade LGBT, nem tem a intenção de problematizar
todas as questões intrínsecas e políticas que permeiam a série e o objetivo de
se ter essa ou aquela abordagem e por quê. A intenção desse estudo é simplista
no que tange apenas demonstrar e exemplificar através de alguns personagens e
temas escolhidos, como é importante a representatividade midiática nos veículos
de massa e os benefícios que se tenham, gradativamente, mais representações
para ampliação do debate, aumentando a transparência e criando assim um ambiente
propício para o diálogo.
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