Dando continuidade à série de postagens dos trabalhos finais das disciplinas, apresentamos hoje o trabalho de aluna Gabriela Luna para a matéria "Sociologia e Comunicação". Através de referências bibliográficas das obras de Marx e Engels, a aluna analisa os meninos que nascem e crescem nas favelas, refletindo sobre as condições que lhes são concebidas e quais resultados estas acarretam.
Vale a pena ler tudo!
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Uma interpretação marxista sobre o
protagonismo do sistema capitalista na produção de saudades dos Cria
Introdução
Intraduzível,
a palavra saudade expressa a falta que algo ou alguém faz ao(s) outro(s).
Caminhando por favelas do Rio de Janeiro não há como não notar os muros
repletos de pichações do tipo “Saudades dos cria”, “Fulano eternamente”,
“Sicrano para sempre” e outras tantas declarações saudosas aos amigos que
partiram. Mas porque tanta saudade? Para onde foram esses amigos?
Pensar
na tinta e no muro não é suficiente para compreender a recorrência deste fato. Essas
pichações revelam o encurtamento da vida dos jovens que ficam na linha de
frente do narcotráfico. Os operadores de caixa deste mercado que movimenta
milhões diariamente. A juventude pobre, majoritariamente, negra e favelada. Com
baixos níveis de formação escolar, detentores apenas de sua força de trabalho,
são, no mercado formal, mão de obra barata para a execução de subtarefas.
Este trabalho busca justamente
identificar como os reflexos do sistema de produção vigente, criticado por Marx,
influencia no afastamento dessa juventude do mercado formal os aproximando do
trabalho informal, sem carteira assinada. O interesse em estudar o processo de
resistência desses meninos ao mercado formal e essa afinação deles com o narcotráfico
surge do convívio cotidiano com eles nas comunidades onde moro e de visitas a
outras comunidades do Rio de Janeiro aonde o impacto visual das pichações
supracitadas começou a instigar-me.
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