A vida como fato social: o trabalho final do aluno Túlio Bordón foi uma análise do filme "Mar Adentro" (2004) sob o olhar de Émile Durkheim. Relacionando a narrativa que levanta o debate da eutanásia no filme (no qual o protagonista vive há mais de vinte anos na condição de tetraplégico) com o conceito de Durkheim, ele aborda os diferentes discursos da trama a fim de pontuar argumentos comuns de grupos seletivos.
Vale a
leitura!
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Eutanásia
– A vida como Fato Social de Durkheim – baseado no filme Mar Adentro.
Introdução:
Mar
Adentro é um filme de 2004 de produção espanhola, francesa
e italiana. O filme aborda uma questão complexa e polêmica: a eutanásia.
Ramon, o protagonista,
é um homem que sofreu um acidente na juventude e acabou tetraplégico.
Acostumado a praticar esportes e viajar, ele não suporta sua vida presa a uma
cama. Vivendo nessas condições há mais de vinte anos, ele inicia uma batalha a
fim de conseguir direito a eutanásia – proibida em seu país. Contando com ajuda
de alguns amigos e familiares, ele consegue colocar o tema em foco na mídia e,
assim, estimular o debate sócio filosófico acerca do direito/obrigatoriedade da
vida por diferentes setores da sociedade: Estado, religião e família.
Análise:
Para Durkheim muitas
das nossas atitudes são de alguma forma influenciadas/determinadas por premissas
sociais tidas como ”certas”, sem que se tenha consciência delas, a isso ele
chama: Fato Social.
Fatos Sociais
evidenciam-se com mais clareza quando indivíduos ousam questionar e
posicionar-se “contra” as “verdades” assumidas por um grupo social. “Esses
tipos de conduta ou de pensamento não apenas são exteriores ao indivíduo, como
também são dotados de uma força imperativa e coercitiva em virtude da qual se
impõem a ele, quer ele queira, quer não. Certamente, quando me conformo voluntariamente
a ela, essa coerção não se faz ou pouco se faz sentir, sendo inútil. (...) Se
tento violar as regras do direito, elas reagem contra mim para impedir meu ato,
se estiver em tempo, ou para anulá-lo e restabelecê-lo em sua forma normal”.
É difícil para a
maioria observar a vida como um fato social, já que, ao menos no senso comum,
ninguém aguarda ansiosamente o dia da própria morte. Porém, e para aqueles que
a vida torna-se uma imposição mais do que uma vontade? Como proceder? O que
mantém a resistência contra aquele que não mais aguenta o fardo biológico e
social da própria existência?
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