Para mais um trabalho final da disciplina "Sociologia e Comunicação", a aluna Maria Linhares analisou a greve dos metroviários de São Paulo que aconteceu no início de junho. Com foco em informações divulgada pela Agência Brasil em nota oficial à imprensa, ela pôde tratar de assuntos do filósofo Karl Marx - como consciência de classe, luta de classes, entre outros - para complexificar a greve através de uma análise densa.
Vale a leitura!
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Análise do fato social da greve dos metroviários de São Paulo, segundo os principais conceitos de Karl Marx
“Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia na noite de hoje (4), entrar em greve a partir de amanhã (5), por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a paralisação será total, com exceção da Linha 4Amarela, que não é representada pelo sindicato, e funcionará normalmente. Uma nova assembleia está marcada para as 17h de amanhã na sede do sindicato, no Tatuapé. O Metrô informou, no entanto, que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que o sistema de transporte opere 100% no horário de pico. Ou seja, que garanta o funcionamento total no horário de maior movimento das linhas, e o funcionamento de 70% nos demais horários, sob risco de multa diária de R$ 100 mil. O Metrô também informou que uma nova reunião de conciliação foi agendada para as 15h30 de amanhã, na sede do tribunal, no centro da capital. O TRT confirmou essas informações à Agência Brasil, acrescentando que pediu o funcionamento total do metrô entre as 6h e as 9h e das 16h às 19h. Hoje ocorreu uma reunião de conciliação entre representantes do Metrô e do sindicato, que terminou sem acordo. A empresa elevou a proposta de reajuste para 8,7%, que foi rejeitada pelo sindicato. Os dirigentes sindicalistas disseram que não aceitam proposta inferior a 10% de reajuste. Os metroviários reivindicam reajuste de 35,47% [7,95% de Inflação mais 25,5% de aumento real], redução de jornada e adicional de periculosidade, entre outros. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo representa os funcionários do Metrô nas linhas 1, 2, 3 e 5 da capital paulista, e aprovou a greve em assembleia na terçafeira (27). A categoria pretendia trocar a greve por catraca livre, mas o governo estadual rejeitou a ideia. Por meio de nota, o Metrô informou que repudia a greve que “só prejudica os usuários e a população de São Paulo”. Segundo a companhia, 4,5 milhões de pessoas usam o sistema, com grande impacto na mobilidade da capital paulista. Tanto que, por causa da greve, a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) decidiususpender o rodízio, amanhã (5).” (Texto: Elaine Patricia Cruz, Agência Brasil).
A matéria escolhida sintetiza bem o cerne da greve dos metroviários da cidade de São Paulo e a reação do governo à manifestação legítima dos trabalhadores frente à insatisfação com as condições de trabalho oferecidas à eles, típica manchete de jornal de um país inserido no sistema capitalista. No decorrer da pesquisa sobre este fato social, foram surgindo diversos outros fatos relacionados que muito me chamaram a atenção e que acho válidos para serem citados aqui, como a confusão que ocorreu na estação Itaquera, uma das mais movimentadas da capital paulista. Por volta das 7h da manhã, usuários do metrô, alegando não terem sido informados sobre o fechamento do embarque, derrubaram e quebraram grades para entrar nas plataformas. Por medidas de segurança, às 7h40 a estação foi aberta após a Polícia Militar ser chamada. Ninguém foi preso, mas em uma das notícias sobre o ocorrido, um usuário entrevistado, administrador, 35 anos, deu a seguinte declaração: "Eu me sinto lesado todos os dias. A gente acompanha o noticiário e nada foi falado sobre o fato de os trens não pararem aqui. A gente achou que teria uma alternativa. Eu só quero trabalhar."
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