quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Comunicação e Cultura Popular - Trabalhos Finais: 'Veja bem': uma desconstrução da revista 'Veja' dando voz à cultura popular"

O grupo formado pelas alunas Clarisse Gilly, Joana D'arc de Nantes, Julia Musso e Viviane Maia fez um trabalho super criativo e bem embasado ao recriarem uma edição fictícia da revista Veja. A proposta das meninas foi pegar um veículo de comunicação massiva que enfocasse o discurso hegemônico e reconstruí-lo através de uma perspectiva popular. Como foi dito pelo gruo no texto apresentado, o intuito desse trabalho é observar as táticas utilizadas pela mídia hegemônica, questionar sua construção e reconstruí-las com novas temáticas, novas falas e novos enquadramentos.


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"A cultura não é pura, ela está em constante transformação, “construção, desconstrução e reconstrução” (CUCHE, 1999, p. 137), configura-se em um campo de batalha entre diferentes atores sociais que contempla diversas questões (poder, hegemonia, contra-hegemonia, tradição, etc). Entretanto, o discurso hegemônico que circula na grande mídia, muitas vezes, fecha sentidos, cria hierarquias, posicionando o que advém do popular como inferior, diferente, criando representações negativas e/ou estereotipadas. A pauta de uma matéria, a chamada, o foco que será dado a cada notícia, tudo está relacionado a um discurso enquadrado por aquele que fala, de quem se fala, para quem e sobre quem/o que. 

Ao longo dos anos, as classes populares tem disputado constantemente esse “direito a falar” (ENNE; GOMES, 2013). Sabe-se que atualmente alguns programas de televisão, por exemplo, tem retomado o enfoque sobre “o povo” e dado abertura para manifestações culturais populares. Contudo, como aponta Enne e Gomes (2013), não se trata só de “falar sobre”, a luta discursiva ainda necessita persistir, deve-se “[...] ter direito a participar dos trabalhos de enquadramento, memória, identidade e projeto sobre e para aquele lugar” (ENNE; GOMES, 2013, p. 47). Nesse sentido, foi proposto para este trabalho a reconstrução de uma revista que enfocasse em discursos hegemônicos, transformando-a em uma revista de/para as classes populares.

Para a realização deste trabalho, optou-se pela reconstrução da revista “Veja”, transformando-a em “Veja bem”, objetivando empoderar pessoas advindas das classes populares, lançando mão, por exemplo, de recursos da matriz popular do grotesco para remontar o produto midiático. Trata-se, portanto, de um exercício de observar as estratégias utilizadas pela grande mídia, desconstruí-las e reconstruí-las com novas temáticas, novas falas e novos enquadramentos."

Confira o texto na íntegra aqui.

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: Análise do filme "As Vinhas da Ira"

Isabel Moraes, da turma de Sociologia e Comunicação, analisou o filme "As Vinhas da Ira" de 1940. A obra é inspirada no livro de mesmo nome, escrito por John Steinbeck em 1939, que conta a história de uma família de agricultores que sofreu um forte golpe durante a crise de 1929, tendo que deixar sua terra e buscar outros meios de sobreviver. Para pautar sua análise, Isabel utiliza conceitos encontrados na obra de Karl Marx, como a noção de mais-valia e consciência de classe.


"Neste trabalho, busco analisar o filme de 1940 As vinhas da ira, dirigido por John Ford e estrelado por Henry Fonda. Baseado em um romance homônimo de John Steinback, vencedor do prêmio Pulitzer do ano anterior, As vinhas da ira segue os Joad, uma família de agricultores que sofre um forte golpe durante a Grande Depressão, sendo obrigada a deixar Oklahoma, sua terra natal, em busca de sobrevivência. Tanto o livro quanto o filme seguem um tom político incomum para a época, denunciando as péssimas condições de vida dos migrantes americanos, a ganância dos bancos e a conivência das autoridades, o que viria a ser considerado “rebelde” e “comunista” alguns anos mais tarde. Para a minha análise, utilizo os conceitos encontrados na obra de Karl Marx, principalmente aqueles em torno das noções de mais-valia e consciência de classe.

A Grande Depressão é o periodo histórico que se inicia em outubro de 1929, no entreguerras, onde a economia capitalista mundial parece desmoronar. A primeira guerra mundial havia transformado os Estados Unidos no maior credor e centro econômico do mundo, e a queda de 70% em suas exportações gera complicações internas e externas fortissimas.

Várias linhas teóricas sugerem explicações das mais diversas para a crise de 1929, mas para os marxistas trata-se apenas de um ciclo econômico típico do capitalismo: a acumulação gigantesca de capital (ocorrida, neste caso, no pós guerra) gera um desequilíbrio gigantesco, levando a crises que só poderão ser evitadas com a mudança na superestrutura econômica, ou seja, no sistema capitalista em si. Na verdade, os membros da Internacional Comunista haviam, de fato, previsto a crise de 1929, esperançosos de que as consequências da mesma levassem a um novo lote de revoluções socialistas ao redor do mundo (HOBSBAWN, 1994)."

Leia o trabalho na íntegra aqui.

Confira o trailer do filme abaixo:

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "Cadernos sobre a vida mental na modernidade tardia: Wenders, Yamamoto e Simmel"

Jean Felipe, aluno de Sociologia e Comunicação, teve como objeto de análise o filme "Notebook on Cities and Clothes", obra cinematográfica conjunta de Wim Wenders e Yohji Yamamoto. Para pautar sua análise, Jean relacionou o filme com alguns conceitos desenvolvidos pelo sociólogo Georg Simmel.


"Uma das primeiras frases proferidas em Notebook on Cities and Clothes [Caderno sobre Cidades e Roupas, em tradução livre minha] (Aufzeichnungen zu Kleidern und Städten ou Identidade de Nós Mesmos, França, 1989) por seu diretor e um dos personagens da ação é: “Não é raro portanto que  a ideia de identidade se encontre em tal estado de fragilidade” [tradução minha]. Esta poderia ser a tônica central que invade a modernidade tardia debaixo para cima, por todos os lados, o tema da identidade, seu cultivo, a individualidade como projetar-se, em roupas, em modos de vida, em cidades. Para chegar até a temporalidade presente podemos ir até anseios de um teórico agora centenário, mas marcante para o estudo do fenômeno urbano e cuja obra contempla também o outro grande tema do filme a ser discorrido nesse trabalho, a moda. O filme opera como uma dança visual onde se podem ver transpassarem questões profundamente simmelianas. Onde aparece o indivíduo? Qual sua relação com a imitação e com a diferença? Que tipo de cognição lhe configura a cidade? Assim, ao longo dessa curta reflexão, serão retomados pontos de contato entre a obra de Georg Simmel  e a obra cinematográfica conjunta de Wim Wenders e Yohji Yamamoto."

Leia o trabalho na íntegra, clique aqui.

Confira o trailer do filme: