quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Trabalhos Finais de Sociologia e Comunicação 2008/2

Vamos postar aqui no Blog do Grecos alguns trabalhos realizados pelos alunos da disciplina de Sociologia e Comunicação desse semestre. Para começar, um ótimo trabalho da aluna Ines Menezes, em que é analisada a eleição de Barack Obama como presidente dos EUA a partir de conceitos do sociólogo alemão Max Weber.
Vale a pena conferir!

sábado, 15 de novembro de 2008

Moda e Fetichismo


Apesar dos fluxos e refluxos da moda, com suas sucessivas reconfigurações e apropriações, há quase 4 décadas um tema tem sido recorrente: moda e fetichismo. Até os anos 60, a imagem fetichista era escondida, encontrada apenas em revistas sobre sexo como a High Heels, e suas práticas eram envoltas em mistério, porém, hoje em dia suas características vêm sendo bastante incorporadas à moda e tornadas mais e mais visíveis dentro da cultura popular. Esse processo de mudança é um dos interessantíssimos pontos abordados no livro Fetiche, da historiadora cultural especializada em moda, Valerie Steele.
Tal transformação se deve muito ao movimento de “liberação sexual” das décadas de 60 e 70, a partir do qual as pessoas começaram a reavaliar os seus comportamentos sexuais. O recato, a culpa e a visão do corpo como tabu passaram a ser vistos como produtos resultantes de uma tradição religiosa judaico-cristã, e tornaram-se uma herança indesejada de uma moral que servia apenas como obstáculo para o desenvolvimento dos ideais burgueses que vinham ascendendo. Um exemplo concreto dessa mudança foi a conhecida bota bizarra, que de objeto associado a prostitutas passou a ser um marco da moda fetichista, e o primeiro produto a adquirir certa aceitação popular. Atualmente, “qualquer um pode entrar em uma loja da Gucci, e estando na coleção certa, sair sobre um belo espartilho de couro, com botas tão justas e de salto tão alto que parecem se fundir às pernas”, disse uma blogueira fetichista que se dedica a estudar o assunto.
O fato dos produtos fetichistas terem se tornado tão comuns nos leva a pensar na diferenciação entre moda fetichista e moda fetiche. Afinal, embora as duas dialoguem, não são sinônimas. A moda fetichista se alimenta do fetiche, se inspira no fetiche, mas não tem como alvo satisfazer o fetiche. Segundo um texto produzido por mestre e escrava sobre o assunto:"Espartilhos são armadilhas cruéis, que deram seu lugar a Corselettes, mais amenos e suaves… mas só um fetichista entende a diferença entra a mera estética e sua fantasia".Outro tema que Steele pontua muito bem, e é de extrema relevância, é o papel da mídia no processo de aceitação e popularização da moda fetichista. Há o exemplo do seriado “Os vingadores”, exibido entre 1961 e 1969, no qual Dianna Rigg interpretava Emma Peel, uma mulher poderosa e sensual vestida com um catsuit de couro inspirado em roupas de alta costura. Nesse mesmo período, o rock and roll e seus cantores lançadores de tendências também contribuíram muito para que as roupas masculinas se tornassem mais eróticas.
Além disso, muito antes de Madonna “mega popularizar” a moda sadomasoquista, a história da moda fetichista sofreu a marcante influência do movimento punk. A roupa de cores e materiais pesados passou a ser usada junto a objetos ameaçadores que enfatizavam a idéia de transgressão e rebeldia, com a intenção de provocar os mais tradicionais. As mulheres punks se apropriaram desse discurso proibido e reconfiguraram seus significados, fazendo uso de clichês sexuais como meias arrastão, saltos agulha, sutiãs aparentes e capas de borracha. Resumindo, estes jovens expressavam a partir do uso do corpo e da indumentária sua vontade de destruir tabus. Uma frase que resume bem essa idéia citada por Valerie é “As roupas de amarrar eram ostensivamente apertadas (...) mas quando você as vestia lhe davam uma sensação de liberdade”, dita pela estilista Vivienne Westwood, uma das figuras mais importantes da moda punk.
Quem pensava que após todos os acontecimentos da década anterior, os anos 70 seriam de calmaria, se enganou. Embora o radicalismo político tivesse enfraquecido com o fim da guerra do Vietnã, em quase todos os outros aspectos o radicalismo cultural se difundiu por toda a sociedade, principalmente no que diz respeito à questão da liberdade sexual, que tornou-se um fenômeno de massa justamente nessa época. E assim, nesse período, a moda fetichista estava espalhada até por lojas de departamentos, o que significa uma grande aceitação popular.
Na década de 80, porém, houve um recuo dessa popularização, entre outros fatores devido ao movimento feminista, que criticava a moda fetichista por estar cristalizando o lugar de submissão da mulher, tratando-a como “mulher-objeto”. Entretanto, o título “mais sado que masô”, que nomeia uma pequena parte do livro de Steele e remete a uma frase da jornalista Sarah Mower, parece explicar que a moda fetichista é mais para ferir – no sentido de romper com o padrão, com o careta, com o “certinho”, com o tradicional - do que para ser ferido – no sentido mais simples do masoquismo.
Não podemos negar, no entanto, que até hoje a palavra fetiche carrega certo peso, sempre ligada à idéia de perversão, e talvez por isso tenha se tornado cada vez mais comum chamar aquilo que antes era conhecido como bizarro de sexy, ou ainda, como “roupa de poder”. Esta, aliás, foi a principal tendência de moda na década de 80: a idéia de mulher forte e dominadora. Impossível não lembrar de Madonna empurrando seus “homens-escravos”, tratando-os como objetos sexuais. Steele destaca que nos anos 90, quando houve um resgate da moda de 60, a imprensa intitulou Emma Peel como uma heroína feminista, comparando-a a mulher gato, sendo ambas poderosas e independentes.
Tais usos da moda fetichista sem dúvida atestam a idéia de que embora as mulheres sejam muitas vezes tratadas como objetos de prazer, vistas como “peito e bunda”, como afirma a própria Valerie Steele, isso não significa que sejam sempre, e que para fugir disso não possam ser encaradas como sujeitos sexualmente desejantes. Afinal, a mulher não deve ser somente vista como objeto vitimizado! A moda fetichista está, acima de tudo, relacionada a sensualidade. E não podemos esquecer que atualmente a mulher sexy é poderosa, e vice-versa.


Artigos Relacionados: Aqui e Aqui.


Bibliografia:
STEELE, Valerie. Fetiche. Moda, sexo & poder. Rio de Janeiro, Rocco, 1997.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sou feia, mas tô na moda


Documentário, Brasil, 2005, 60 minutos.

Direção: Denise Garcia
"Eta lele, eta lele Eta lele, eta lele Eta lele, eta lele Eta lele, eta lele
Eu fiquei 3 meses sem quebrar o barraco
Sou feia, mas tô na moda,
tô podendo pagar hotel pros homens
isso é que é mais importante"

Na última quinta, dia 23, a turma de Mídia e Moda assistiu o documentário “Sou feia, mas tô na moda”, de Denise Garcia. O filme é, sem dúvida, muito rico para as discussões feitas tanto nesta disciplina, quanto nas outras matérias oferecidas pela Professora Ana Lúcia Enne, como Mídia e Cultura do Consumo e Cultura Popular.
Já no seu título, que faz referência direta a um dos funks mais bombados do período em que foi lançado – no caso, a música de Tati Quebra Barraco que inicia essa postagem-, o filme levanta questões como o ideal de beleza, a inclusão a partir do consumo, a comparação do funk com o feio – sendo ambas categorias inferiorizadas-, a idéia de moda como algo valorativo e legitimador, entre outros. Na música de Tati, ela está na moda não só porque sua música está na moda, mas também há a questão de “estar na mídia”.. Afinal, existe alguma coisa mais in hoje em dia do que ser objeto de desejo da mídia? Além disso, com a frase “to podendo pagar motel pros homens”, a cantora ainda enfatiza a idéia da mulher moderna independente e bem sucedida. Nesse sentido é interessante destacar que o documentário foca, em especial, as mulheres do movimento, como as funkeiras Deise Tigrona, Vanessinha Pikachú, Tati Quebra-Barraco e diversos "bondes" de meninas.
Ao percorrer diversos bailes cariocas e também contar com o depoimento de diversas personalidades do funk, como: Deise Tigrona; Cidinho e Doca; Mr Catra e Dj Malboro, Denise Garcia conseguiu mostrar quem está por trás desse verdadeiro fenômeno cultural que se tornou o Funk carioca. Conhecido até no exterior, esse estilo musical vem ganhando cada vez mais espaço, incluindo as classes médias e altas, como diz o trecho “é som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”, de Amilcka e Chocolate. Um ponto interessante é que eles destacam que o sucesso no exterior não é uma questão de aprovação, mas sim que a música que sofre tanto preconceito aqui conseguiu romper fronteiras. Lá, o funk é visto como “música brasileira” e não, necessariamente, como “música de favela”.
Um fato bem interessante que o filme mostra é que quem vive do funk acredita que a música exerce um papel conscientizador tanto em relação à violência, quanto ao que diz respeito as relações sexuais. Os depoimentos exibidos no documentário defendem o funk das acusões em relação ao esvaziamento político em prol da questão da sexualidade. Um dos argumentos utilizados é que o cinema e até outros estilos musicais, como o axé, já utilizaram bastante a idéia do sexo, e ambos foram bem aceitos pela mídia e tratados como criativos, cômicos, liberais e modernos. O que não acontece com o funk, que após tanto sucesso continua sendo “música para dançar e não para ouvir”, como sempre ouço por aí.

Bom, vale muito a pena dar uma conferida neste documentário. Veja o link de um trechinho do filme.
Artigo relacionados: aqui, aqui e aqui.
Bibliografia recomendada:
MIZRAHI, Mylene - “Indumentária funk: a confrontação da alteridade colocando em diálogo o local e o cosmopolita”. IN: http://www.scielo.br/pdf/ha/v13n28/a10v1328.pdf
VILLAÇA, Nízia. “Moda e Periferia; negociações midiáticas”. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação e Sociabilidade”, do XVI Encontro da Compós, na UTP, em Curitiba, PR, em junho de 2007. IN: http://www.compos.org.br/data/biblioteca_195.pdf

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O fenômeno Madonna


“Siga esta mulher. Ela sabe de tudo, da última tendência techno até o estilista mais fervido da estação. Corte o cabelo quando ela cortar, mude o estilo de vestir como esta camaleoa. Madonna é a mãe de todos os modismos do mundo. Bastou usar e já vira mania. Foi assim quando apareceu correndo com um abrigo Adidas e será assim com o novo figurino estilo militar”. Xico Gonçalves

Diante de toda repercussão da turnê Stick and Sweet, que chega ao Brasil em dezembro, dia 14, e também inspirada pelas idéias de Douglas Kellner no texto “Madonna, moda e imagem”, lido durante as aulas de Mídia e Moda, nada melhor do que fazer uma postagem sobre a conhecida diva do mundo pop.

Muito mais do que um ícone da música, Madonna sempre manteve uma relação de proximidade com a publicidade e é um exemplo de sucesso no que diz respeito a estratégias de marketing. Nesses 25 anos de carreira, ela teve, e ainda tem, um papel fundamental na moda. Grande lançadora de tendências e dona de múltiplos estilos, ela teve os mais variados cortes de cabelo nas mais surpreendentes cores... A chamada “camaleoa” foi do mundialmente conhecido sutiã de cone, elaborado pelo estilista Jean Paul Gautier, à febre das listras Adidas, trazendo o sportwear para o dia-a-dia.
No início de sua carreira, nos anos 80, ela chocou o mundo ao usar roupas de uma forma transgressora, atraindo o público jovem: lingerie aparecendo em meio a crucifixos, pérolas, saias de tule, rendas, calça legging, luvinhas, óculos escuros e muito batom vermelho. Misturando tudo ao mesmo tempo, como permitia a década mais exagerada da moda. Há quem acredite que essa atitude rebelde a partir do modo de se vestir e de se comportar revolucionou o mundo da moda. Essa audácia em trazer para o público uma atitude diferente, leva a comparação que trata Madonna como a "Maria Antonieta contemporânea", pois ambas desafiaram idéias pré-estabelecidas.
Já na década de 90, marcada pelo minimalismo, no qual “menos é mais”, o excesso ficou out e Madonna logo apareceu de cabelos curtos, sem acessórios, com um ar simples e até andrógeno, se desapegando um pouco da imagem “material girl”. E foi nessa época que Madonna mais mudou e criou tendências, teve o sutiã de cone, o sportwear, a lingerie ao estilo de cabaré parisiense e até a alta costura, incluindo nomes como Versace. Aí está um fato interessante, além de lançar moda, por diversas vezes ela influenciou os criadores. A rainha do pop também foi responsável por popularizar a moda de estilistas influentes, entre eles a dupla Dolce & Gabanna e Jean Paul Gautier (que desenharam figurinos para alguns de seus shows). Mas a questão central é que Madonna incentiva as mudanças visuais. Ela sabe como ninguém que para renovar a cada estação, nada melhor que seguir a moda.
Por isso, errou quem apostou que Madonna pararia por aí. Com a chegada do novo milênio, a diva deixou um pouco de lado o característico ar romântico e introduziu tanto em sua música quanto no seu visual, mais experimentações. Afinal, o que estaria mais na moda neste novo século do que renovar?! Madonna, então, nesta última década, apareceu de cabelos pretos e mãos pintadas de henna, além do posterior visual cowgirl. Aliás, este último rendeu uma onda de botas, chapéus, cintões e calças jeans bem ao estilo country.
Hoje, Madonna aparece com peças que remetem ao sport chic e à yoga, que dão um toque pessoal a cantora, pois fazem parte de seu dia-a-dia. Estão presentes ainda aquele toque romântico que sempre a acompanhou e, como não poderia deixar de ser, algumas referências clássicas com um certo ar britânico. Como podemos perceber não é possível fazer apostas sobre o futuro, afinal não há como saber que moda(s) Madonna ainda adotará ou lançará. Só o que podemos afirmar é que a cantora é antes de tudo uma mulher de visão, e como Kellner disse: "com uma equipe competente", que soube agregar o vanguardismo, a ousadia e a personalidade ao seu mundo e construir uma carreira sólida e triunfante.
Para encerrar, não podia deixar de citar uma declaração de uma blogueira fã da musa: “Aff, ela poderia cantar “Ciranda cirandinha” ou vestir um saco de batatas que ainda assim seria DIVA! Ela pode tudo".

Para quem quiser ler uma postagem sobre o artigo de Kellner: clicar aqui.
Para quem ficou morrendo de vontade de ver um dos clipes: clicar aqui.
Para quem quiser saber mais sobre o estilo atual de Madonna: clicar aqui.
Para quem ainda duvida que Madonna sabe tudo de marketing: clicar aqui.
Para quem quiser saber sobre o figurino da nova turnê: clicar aqui.

Bibliografia recomendada:

KELLNER, Douglas. “Madonna, moda e imagem”. IN: A cultura da mídia. São Paulo, EDUSC, 2001.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Aulas de Mídia e Moda


Os alunos da disciplina Mídia e Moda tiveram o privilégio de contar com duas participações especiais no mês de outubro.
No dia 2, a professora e doutora em comunicação pela UFF Mariana Baltar falou sobre sua experiência com a questão do figurino. Ela nos relatou algumas peculiaridades do universo televisivo e como se dá o processo de criação dos personagens no que diz respeito a indumentária. O foco de sua apresentação foi a idéia do figurino como linguagem de fácil visualização. Nos chamou atenção para o clichê dos inimigos que geralmente se vestem com cores opostas e também como, em alguns casos, a roupa de um personagem torna-se uma espécie de bordão, como é o caso do personagem Agostinho, da série A Grande Família.
Posteriormente, no dia 16, foi a vez da mestranda Raquel Portilho. Sua apresentação teve como tema a pesquisa sobre as revistas femininas, como Cláudia e Marie Claire. Entre outros pontos, ela destacou que a imprensa feminina está, até hoje, ligada a um conteúdo mais literário do que a imprensa "tradicional". Raquel fechou sua apresentação nos lembrando que mesmo atualmente as representações femininas, através de revistas, por exemplo, continuam ditando regras, receitas e dicas de comportamento.
Para quem quiser saber mais, veja aqui uma matéria da Folha sobre o livro "Entre Tramas, Rendas e Fuxicos - O Figurino na Teledramaturgia da TV Globo", de Mariana Baltar e Lilian Arruda.
Sem dúvida as apresentações tornaram o curso muito mais rico e interessante!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Maria Antonieta



Drama, EUA, 2006, 123 minutos.
Direção: Sofia Coppola.
Com: Kirsten Dunst, Steve Coogan, Judy Davis e Jason Schwartzman.
O filme Maria Antonieta, de Sofia Coppola, ilustra as discussões levantadas na disciplina Mídia e Moda acerca da sociedade de corte descrita por Norbert Elias (1985). A temática do filme é a história da princesa austríaca que é enviada ainda adolescente à França para se casar com o príncipe Luis XVI, como um acordo entre ambos os países. Na corte de Versalles, Maria Antonieta é envolvida em rígidas regras de etiqueta, disputas e fofocas. Reprimida por este ambiente sufocante, praticamente exilada, ela cria seu próprio universo, no qual tenta se divertir e aproveitar sua juventude. Paralelamente, do lado de fora do Palácio, a revolução está prestes a explodir. Vale lembrar que o filme foi vencedor do Oscar de melhor figurino.
Aqui estão alguns artigos sobre o filme: artigo 1, artigo 2 e artigo 3.
Veja vídeos sobre o filme: vídeo 1 e vídeo 2.
Bibliografia recomendada:
ELIAS, Norbert. A Sociedade de Corte. Lisboa, Editorial Estampa, 1985.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Gilles Lipovetsky



Professor de filosofia da Universidade de Grenoble, Gilles Lipovetsky nasceu em 1944, em Millau, França. Estudou Filosofia na Sorbonne, foi ativista dos movimentos que culminaram em maio de 68, ajudou a reformar o ensino de filosofia em seu país e publicou livros renomados como: Os Tempos Hipermodernos, O luxo Eterno e O império do Efêmero. O filósofo, em suas principais obras, sobretudo em A Era do Vazio, analisa a Sociedade Contemporânea. Entre os mais comuns temas estudados por ele estão: publicidade, lazer, consumo, moda, hedonismo e luxo.
Pra quem se interessar em saber um pouco mais, aqui estão algumas entrevistas dadas por Lipovetsky: entrevista 1, entrevista 2, entrevista 3, entrevista 4 e entrevista 5.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Entre Muros e Favelas




Documentário, Brasil, 2005, 56 minutos.


Direção: Suzanne Dzeik, Kirstem Wagenschein e Marcio Jerônimo.




O filme Entre Muros e Favelas, produzido pela TV comunitária Tagarela, é um documentário que traz como tema central a questão da violência. No entanto, diferente do que geralmente vemos nas mídias tradicionais - como em novelas e em jornais -, em vez de retratar áreas de maior prestígio social, mostrando - em uma enorme quantidade de vezes (e não sempre) - a visão do morador de “zona sul” a respeito da falta de segurança, o filme mostra o lado de quem lida com a violência todos os dias. É claro que isso ocorre pela própria lógica de venda em que estão inseridos os meios de comunicação de massa tradicionais, a partir da qual os jornais procuram direcionar as opiniões para o seu público alvo, agradando ao máximo o senso comum, que no caso das mídias tradicionais é o da classe média.
Sendo, de certo modo, o oposto do filme Tropa de Elite (que vem sendo repetidamente discutido na mídia e que aborda a questão da violência nas favelas a partir do ponto de vista de um policial), o documentário traz a versão de pessoas inocentes que ficam sem seus filhos, maridos, namorados. Em seu interior encontram-se várias cenas chocantes, como: a mãe que não pode lutar para fazer justiça e foi expulsa da favela, a menina que estava grávida com apenas 14 anos e ficou “viúva”, as criancinhas que dizem já terem presenciado mortes de perto, entre outras histórias. É claro que este filme não é o único que representa esse ponto de vista. Na verdade, é crescente o número de filmes produzidos a partir do olhar dos próprios protagonistas, sendo estes muitas vezes membros de comunidades.
No entanto, o fato mais interessante (e que ajuda a compreender porque este retrata a versão de quem vive nas favelas) é que, diferente do “Uma Onda no Ar”, de Helvécio Ratton, não se trata de um filme que fala sobre uma rádio comunitária, mas é um produto da própria mídia comunitária, no caso da TV Tagarela. No entanto, para nos aprofundarmos nessa questão, torna-se pertinente esclarecer alguns pontos que estão ligados à idéia de Mídia Comunitária (MC).
Primeiramente, podemos definir os Meios de Comunicação Comunitária como meios voltados para uma comunidade específica, geralmente com um forte caráter engajado, e que buscam criar lugar de voz em prol da comunidade geralmente excluída dos meios de comunicação tradicionais. Mas qual seria a necessidade da criação desses meios? Na tentativa de responder essa pergunta a pesquisadora Raquel Paiva sugere alguns aspectos determinantes: Em primeiro lugar, deve-se destacar que os membros de comunidades carentes não se vêem representados nos grandes meios, como em novelas, por exemplo. Logo, desejam criar um discurso próprio, sem nenhum intermediário, sem precisar da permissão de outras pessoas e que os represente de maneira mais verossímil. Além disso, também há a necessidade de falar dos problemas específicos da comunidade, pouco atendidos em pequenos quadros como “Globo Cidade” e outros do gênero.
Esse argumento se reforça se lembrarmos do que a estudiosa Cicilia Peruzzo afirma: “Os Movimentos Sociais estão expressando interesses coletivos que trazem em seu interior um esforço por autonomia”, para isso criam seus próprios meios de comunicação. Nesse sentido, estes MCC acabam funcionando como lugar de expressão em nível local e com conteúdos específicos, que os grandes meios massivos não conseguem satisfazer. No entanto, não devemos confundir os MCC como meios idênticos aos Meios de comunicação locais, porque por mais que estes tenham como ponto convergente a preocupação com problemas territoriais (como por exemplo, a falta de água encanada em algumas comunidades), estes se diferenciam em diversos pontos, entre outras coisas pelo fato dos MCC envolverem questões mais amplas e não se aterem à prestação de serviços para a comunidade.
Segundo Peruzzo, as TVs comunitárias muitas vezes são associadas a alguma entidade, como uma ONG, uma Igreja, uma universidade, enfim, grupos que se preocupam, em certo sentido, com a cidadania dos menos favorecidos. Isso porque, geralmente, são essas instituições que fornecem as bases para a produção, através de uma equipe (na maioria dos casos são membros da comunidade) que possui conhecimentos técnicos de elaboração de roteiros, gravação e edição, além de outras ajudas. No caso da TV Tagarela isso não é diferente. Ela nasceu a partir de uma oficina de criação de vídeo oferecida aos jovens entre 14 e 18 anos da comunidade Rocinha pela Ação Social Padre Anchieta (ASPA), em 1997. A ASPA é uma instituição católica que atua na Rocinha desde 1963, promovendo cursos e projetos educacionais, culturais e sociais que buscam possibilitar a inclusão dos moradores na sociedade.
Foi o desejo de construir algo próprio, pelos motivos já citados, que os jovens ao término da oficina resolveram utilizar o conhecimento adquirido na criação de uma TV comunitária, e em 1998, criaram a TV Tagarela. Inicialmente chamada de ASPA Vídeo, a TV era formada por um grupo de dez pessoas que começou a desenvolver projetos voltados para a cultura, educação e cidadania com os equipamentos financiados pela ASPA. Após as produções, esses vídeos eram transmitidos através de telões dentro da comunidade, caracterizando a TV Tagarela como TV móvel, de Rua. A escolha desse tipo de MCC foi um ponto bastante positivo para o desenvolvimento da TV Tagarela, pois segundo Peruzzo, esse tipo de TV não precisa de concessão ou permissão de canal, o que torna mais fácil sua continuidade.
As manifestações através da “TV de Rua” foram um dos primeiros passos para a criação de TVs comunitárias no Brasil. Segundo a definição dada por Peruzzo, elas têm propósitos educativos e culturais e surgem em um contexto de efervescência dos movimentos sociais. Essa iniciativa se caracteriza pelas produções de vídeos com a participação da própria população e são caracterizadas pela sua transmissão, que ocorrem em espaços públicos, objetivando uma recepção coletiva de seu material. Assim, seu modo de exibição é itinerante, ou seja, não possui um lugar fixo. Geralmente, a equipe resolve parar em algum espaço público, cuja circulação de pessoas seja grande e essa população é convidada a debater e assistir as exibições. No caso da TV Tagarela, já existem alguns vídeos disponibilizados no site, alguns deles são: Comunidade Viva, que mostra a associação de moradores de Vila José, que trouxe para a comunidade tele-salas, supletivo e ambulatório; Arte do Lixo e Lixo da Arte, que fala de artistas plásticos que utilizam o "lixo" para fazerem suas artes, entre outros. Esses vídeos costumam ser exibidos em áreas movimentadas da Rocinha, como a Praça Roupa Suja, por exemplo.
Apesar de iniciativas como estas estarem crescendo, os MCC ainda sofrem muitas limitações. Peruzzo tenta sintetizá-las em alguns pontos: abrangência reduzida, pois apesar de ser algo produzido da comunidade para o benefício da comunidade, eles demonstram certas expectativas quanto a alcançarem outros telespectadores. Afinal, se as questões colocadas ali não se expandirem para fora da favela, será que algo irá mudar? Se os meios de massa tradicionais chegam até as casas da comunidade, por que não a voz desses que geralmente são excluídos alcançarem o “asfalto”? ; inadequação dos meios, nem sempre os idealizadores pensam em seu público alvo antes de decidir para qual mídia vão recorrer para fazer sua comunicação comunitária, e o erro na escolha desta pode prejudicar consideravelmente o número de público, influenciado diretamente no sucesso da iniciativa comunitária- é claro, que se coloca também a questão da falta de recursos, é uma escolha dentro das possibilidades -; o caráter excessivamente engajado às vezes atrapalha o “sucesso” dos MCC, porque geralmente remetem a uma postura mais séria, e a direcionam todos os assuntos para os objetivos mobilizadores, tornado a programação até cansativa, em certo sentido. Entretanto a carência de recursos financeiros é um dos pontos mais críticos, podendo pôr em risco sua geração, bem como pode inviabilizar sua continuidade, afinal não se consegue produzir nada sem capital e o trabalho com meios de comunicação custa caro; entre outros.
A própria TV Tagarela já sofreu e ainda sofre com alguns desses problemas, principalmente de carência de recursos. Isso porque a TV Tagarela foi se tornando cada vez mais independente da ASPA, o que acabou possibilitando a troca do nome de ASPA Vídeo para TV Tagarela, após a descoberta de um jornal comunitário com mesmo nome da década de 80, em um bazar oferecido na própria Rocinha. Já em 2003, a TV Tagarela desvinculou-se de vez da ASPA. A separação trouxe algumas dificuldades, uma vez que não tinham recursos para as produções. Como a TV não contava com um espaço físico, todo o material era guardado separadamente na casa dos membros da TV. Mesmo com esse problema, a TV continuou a produzir, através da ajuda de outros grupos que emprestavam seus equipamentos para a realização do trabalho. O próprio filme em questão foi produzido com a ajuda da TV ATREVER, de Manguinhos, e da TV AKRAAK. Em 2004, outro problema foi contornado, através de uma parceria com a Associação CACOC (Cultura Arte e Comunicação Comunitária), que cedeu uma sala para funcionamento das atividades da Tv. Já em 2005, a equipe da TV Tagarela recuperou praticamente todo o seu equipamento de produção através de produções comerciais para a realização mínima do seu trabalho.
Em Entre Muros e Favelas, houve mudanças na idéia inicial do projeto da TV alemã AKRAAK. Ela pretendia documentar o Movimento dos Sem-Terra. Porém, mais tarde resolveu voltar suas lentes para a ação de um grupo mais urbano. O contato com o grupo Atrever definiu o cenário: as favelas. E as dificuldades que encontraram para fazer as filmagens numa comunidade mudaram o foco mais uma vez, concentrando-se na violência policial. Mais uma prova do quanto o tema retratado no documentário é real, e persiste no cotidiano das comunidades.
No entanto, apesar das dificuldades, são os benefícios que a mantém funcionando. Ainda com base nas idéias de Peruzzo, entre os pontos positivos em se manter um MCC podemos citar: Apropriação de meios e técnicas, aproximando a população dos meios e desmistificando o processo de comunicação; conquista de espaço, tornando a comunicação um pouco mais democrática e plural; conteúdo crítico, estimulando mudanças que acarretariam na melhoria das condições vida para as comunidades; Construção e reafirmação de identidades, que a através dos MCC friza a idéia de comunidade, reforçando laços e aumentando a participação da população; entre outros.
A TV Tagarela é um exemplo de uma iniciativa que luta para conservar esses benefícios. Hoje, mesmo sem qualquer financiamento, ela realiza várias atividades como: exibição de rua através de telão em alguns pontos da favela, vídeos que contextualizam a Rocinha e/ou ligados a questões referentes a ela; Cine clube em sala fechada na sede da CACOC, com filmes nacionais de preferência que tenha alguma relação com a realidade da comunidade da Rocinha para promover uma discussão após filme (como por exemplo, já foram exibidos “Madame Satã” e “O quarto Poder”), e na rua, mais voltada ao público infantil, pois muitos moradores não tem condições de ir ao cinema (como por exemplo, foi exibido o filme “Madagascar”); Oficinas de vídeos, realizados por ex-alunos da TV Tagarela para jovens da comunidade, ensinando todos os passos básicos para a realização de um vídeo.
Peruzzo esclarece que a produção videográfica dos grupos ou entidades que trabalham com o vídeo popular e o transformam num tipo de televisão comunitária não se limita a materiais para exibição em espaços públicos. Também produzem documentários e outros tipos de programas audiovisuais para uso nos movimentos sociais. O que explica a produção do filme que ganhou o prêmio Jangada, de “melhor documentário média metragem etnográfico” em 2005: Entre Muros e Favelas.
Um outro ponto bastante interessante é a relação de iniciativas como a TV Tagarela com a internet. Durante toda a pesquisa, encontram-se várias páginas relacionadas, seja do próprio MCC, seja derivados como Blogs e Comunidades dentro do site Orkut, por exemplo. Acredito que esta ferramenta é bastante benéfica para a divulgação dos MCC, bem como para pessoas que não fazem parte da comunidade ter um primeiro contato com essas formas de comunicação comunitárias. Não podemos dizer que há comunicação comunitária na internet, mas sim que estes espaços pluralizam conteúdos vinculados aos MCC. Discordo um pouco da opinião de Paiva, que enfatiza o caráter democratizador da internet, baseando seu argumento na possibilidade de maior participação por parte da população. Para Paiva os MCC são meios de comunicação horizontal, ou seja, todos têm direitos iguais de voz, não havendo hierarquia. É claro que existe um espaço maior dedicado à participação popular do que nos meios tradicionais, no entanto, acredito que essa idéia de que nos MCC e na internet não há hierarquização é bastante utópica. Conforme afirma Peruzzo, um dos problemas no MCC é justamente a participação desigual, estando o “poder” ainda concentrados em poucas mãos.
Por fim, gostaria de chamar atenção da trilha sonora do filme Entre Muros e Favelas, que é um exemplo de como a música pode ser um ótimo veículo de expressão social. O Hip Hop e o Funk mostram exatamente os ritmos “naturais” da favela, bem como as questões que fazem parte do cotidiano desses moradores. Infelizmente, nem o site da TV tagarela, nem outros que fazem menção a ela, se aprofundam nessa questão da música engajada.Diante de todos esses aspectos, acredito que não devemos ser tão pessimistas ou preconceituosos em relação aos meios de comunicação comunitários, nem tão idealistas ao ponto de achar que eles mudarão o mundo. Quando se trata de uma iniciativa séria como é o caso da TV Tagarela, vemos que - através de colaborações -eles produzem um material de qualidade, bastante benéfico para a sociedade, em principal para os membros das comunidades.

Caindo no Ridículo



Comédia, França, 1996, 102 minutos.
Direção: Patrice Leconte
Com: Charles Berling; Jean Rochefort, Judith Godrèche e Albert Delpy.
Comédia sobre um jovem engenheiro que se infiltra na corte do rei Luis XVI, em 1780, a fim de reivindicar uma obra de drenagem para a vila miserável de camponeses onde mora. Charmoso e engraçado, ele utiliza sua habilidade social para seguir seu objetivo. Em sua trajetória, ele enfrenta vários percalços, mas acaba conquistando uma protegida da realeza. Com suntuosa reconstituição de época, o filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

domingo, 21 de setembro de 2008

Prêt-à-porter





Comédia, EUA, 1994, 113 minutos.
Direção: Robert Altman
Com: Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Jean-Pierre Cassel e Kim Basinger.
O filme de Robert Altman é uma comédia satírica sobre o mundo da moda, que destaca temas como hedonismo, egocentrismo e futilidade. Tendo como contexto uma das semanas de moda que ocorrem em Paris, o filme possui cenas reais de desfiles na trama. A expressão Prêt-à-porter, que dá título ao filme, se refere um modelo em série de produção, que surge contrapondo-se a idéia de exclusividade da Alta Costura. Diz respeito a roupas "prontas para usar", aquelas que são vendidas em lojas em vez de feitas sob medida.
Pra quem não assistiu o filme, aqui está o trailler (em espanhol). Vale a pena dar uma olhada!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Trabalhos de Mídia e Cultura do Consumo

Com o fim do primeiro semestre de 2008/1, é hora de partilhar com nossos leitores alguns dos trabalhos realizados na disciplina de Mídia e Cultura do consumo.
Vamos começar com o vídeo da aluna Joice Portella sobre celular. Ficou bem bacana. Aos poucos vamos colocando os demais.
Os trabalhos, em geral, foram ótimos, concluindo com chave de ouro um semestre maravilhoso.
Valeu mesmo por esse curso! A turma lotada e participativa, as aulas intensas e tb alegres, a palestra de encerramento show de bola com a prof. Adriana Facina, antropológa e historiadora, coordenadora do Oicult e professora do dpto de História da UFF, a seriedade e o compromisso da monitora Bia Paes, as leituras e discussões, foi muito bacana mesmo, semestre inesquecível...
Quem quiser ter acesso à bibliografia do curso, basta dar uma conferida no link no site do GRECOS.
Abraços a todos,
Prof. Ana Enne

domingo, 8 de junho de 2008

identidades e contemporaneidade

Duas notícias pra gente repensar a questão das identidades na contemporaneidade:

1) Uma do Globo on-line de 8/06, com o título "Homem grávido faz ensaio nu para jornal";

2) Outra do blog Page not found, também no Globo on de 4/06/08, com o título "Escritora se casa com mulher com quem havia se unido quando era homem".

Como comentário ao email que passei para a turma da pós no curso de Identidades deste semestre, Flora Daemon sugeriu esse link.

sábado, 24 de maio de 2008

excelente artigo do Zizek


Repassado pela prof. Adriana Facina, do OiCult (reproduzido originalmente de coluna do Caderno Mais, da Folha de São Paulo, publicada em 04/05/2008).
Vale a pena ler, excelente artigo, tem tudo a ver com as temáticas de nossas disciplinas.


MISSÃO IMPOSSÍVEL

CRENÇA NA UTOPIA É AINDA A MELHOR FORMA DE QUESTIONAR A EXCLUSÃO SOCIAL

A tendência às formas radicais de prazer surge em um momento político preciso: quando o "espírito de 68" esgota seus potenciais políticos

SLAVOJ ZIZEK - COLUNISTA DA FOLHA

Um dos grafites mais conhecidos dos muros de Paris em 1968 era: "As estruturas não andam pelas ruas!". Isto é, não se podem explicar as grandes manifestações de estudantes e trabalhadores do Maio de 68 como determinadas pelas mudanças estruturais na sociedade. Mas, segundo [o psicanalista] Jacques Lacan, foi exatamente isso o que aconteceu em 1968: as estruturas saíram às ruas. Os eventos explosivos visíveis foram, em última instância, o resultado de um desequilíbrio estrutural -a passagem de uma forma de dominação para outra; nos termos de Lacan, do discurso do mestre para o discurso da universidade.

Os protestos anticapitalistas dos anos 60 suplementaram a crítica padrão da exploração socioeconômica pelos temas da crítica social: a alienação da vida cotidiana, a "mercadorização" do consumo, a inautenticidade de uma sociedade de massa em que "usamos máscaras" e sofremos opressão sexual e outras etc.

domingo, 4 de maio de 2008

Uma versão digital de um texto de Georg Simmel

Especialmente aos alunos da disciplina Sociologia e Comunicação, eis uma versão digital de um dos textos da obra de Georg Simmel. (1858-1918). Este é um achado do professor Afonso de Albuquerque e uma indicação da professora Ana Enne.
Trata-se do texto: " As grandes cidades e a vida do espírito", disponibilizado no endereço: http://www.scielo.br/pdf/mana/v11n2/27459.pdf ; também conhecido por "A metrópole e a vida mental".
Este foi extraído de uma das palestras proferidas por ele, na ocasião da Exposição das Cidades, ocorrida em Desdren, Alemanha, inverno de 1902-03.
A versão mais conhecida desse texto("A metrópole e a vida mental") é a tradução da já traduzida versão norte- americana. Esta, chegou até nós através da coletânea intitulada "O fenômeno Urbano", organizada por Otávio Leite e publicada ao final dos anos de 1960.

"As grandes cidades e a vida do espírito" difere-se dessa versão por ser a tradução a partir do texto original.
Mais informações e discussões sobre o texto podem ser encontradas no blog: http://ametropoleeavidadoespirito.blogspot.com/2007_10_01_archive.html ; desenvolvido por alunos do Terceiro Ano do curso de Sociologia da Universidade da Beira Interior, em Covilhã, Portugal.


sábado, 5 de abril de 2008

Série de Colóquios:Cultura, Trabalho e Natureza na Globalização

Esta é uma série de colóquios organizada por Giuseppe Cocco ( Universidade Nomade/UFRJ) e Mauricio Siqueira ( Fundação Casa Rui Barbosa) e recomendada pela professora Ana Enne!
Maiores informaçoes : http://www.casaruibarbosa.gov.br/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Disciplina de Cultura Popular - 2006

Este blog tb abriga registros de outras disciplinas lecionadas pela prof. Ana Enne. Dentre elas, Cultura Popular, oferecida no segundo semestre de 2006 (com mais de 80 alunos). Em breve, divulgaremos os trabalhos produzidos nesta disciplina (em forma de vídeos). Por agora, flagrantes do curso, em sala de aula e na visita à exposição "Mi casa, su casa", dos artistas Maurício Kiffer e Itamar Oliveira, no SESC Niterói - 2006.






terça-feira, 8 de janeiro de 2008

imagens do GRECOS

Alguns registros de nossas reuniões do nosso Grupo de Estudos, tanto para trabalho quanto para confraternização. Em 2008 tem mais!

1) Flagrantes de um de nossos encontros, em julho de 2007 - reunião no LAMI


Prof. Ana, Pedro, Diogo, Dally e Bia

2) Flagrantes do almoço de confraternização - churrasco na casa da coordenadora - dez/2007


Presentes: Michelle, Janaína, Wilson, Fernanda, Heitor, Ana, Bia, Marco, Vânia, Jacimar e Pedro (que já tinham ido embora, por isso não aparecem nas fotos)


3) Flagrantes da confraternização de encerramento do GRECOS e do curso de Sensacionalismo - churrasco na casa da coordenadora - dez/2006


Presentes: João Medina, Pedro, Heitor,Wilson com a pequena Aimé, Vânia, Dani, Afonso, Bia, Janaína, Eleonora, Fernanda, Letícia e Ana

Trabalhos de conclusão de Sociologia e Comunicação - 2007/2


Estamos inaugurando, neste início de 2008, a postagem daqueles que foram avaliados como os melhores trabalhos finais da disciplina de Sociologia e Comunicação, no 2º semestre de 2007. Vamos começar com o texto de Juliana Milheiro Cruz, aluna de Cinema, que escreveu sobre o filme "Pequena Miss Sunshine", a partir de algumas das reflexões do curso.

Norbert Elias e Simmel em Pequena Miss Sunshine

curso gratuito sobre Filosofia de Marx


O GETTHI-Marx (O Grupo de Estudos e Trabalho e Teoria da História em Marx) oferece o curso "Introdução à filosofia de Karl Marx", organizado e lecionado pelo filósofo Felipe Brito, nos dias 15, 17, 22 e 24 de janeiro de 2008, as 18:00hs, no IFCS do Largo São Francisco.


O objetivo é fazer uma discussão em quatro encontros, discutindo os seguites temas:

1) O CAPITAL COMO SUJEITO DA MODERNIDADE
- A violência da socialização pelo valor
- A mediação social pela mercadoria e dinheiro
- A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco: Marx e Hegel


2) O CAMINHO PARA A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA
- A alienação como objetivação do sujeito
- Crítica da religião
- Crí­tica do Estado
- Crí­tica do dinheiro
- Crítica da mercadoria e do valor


3) TRABALHO E PRODUÇÃO
- A produção das condições sociais (Feuerbach e “A Ideologia Alemã")
- A relação sujeito/objeto na produção social (Teses sobre Feuerbach)
- A alienação e a câmara escura
- Produção em geral versus trabalho abstrato e trabalho concreto
- A transformaçãoo do trabalho em valor: positivação do sacrifício


4) O CAPITAL COMO SUJEITO AUTOMÁTICO
- Da relação sujeito/objeto à objetividade-sujeito: fetichismo versus alienação
- Níveis do fetichismo da mercadoria
- Teoria do valor: circulação simples e circulação capitalista
- A valorização do valor e automovimento das coisas: o sujeito-automático


O curso é gratuito!