quinta-feira, 31 de julho de 2014

Mídia e Representações da Favela - Trabalhos Finais: "Relatos de uma manha no Palácio e seus 'Homens Cordiais'"

Retomando o primeiro trabalho do semestre, divulgamos mais uma vez uma experiência de visita feita pela aluna Rebeca Calil para a conclusão da disciplina "Mídia e Representações da Favela" através de um registro fotográfico. Para isso, disponibilizamos mais uma vez o álbum completo com todas as fotos - clique aqui para acessar. Alguns dos registros você confere logo abaixo, com as respectivas legendas - e, a seguir, o trabalho escrito:
 
Visão de dentro do Bar do Pará para a gambiarra do Telão.

Chamada para excursão para o Nordeste, comprovando a minha afirmação sobre a população do morro. E do lado, escrito Bar do Pará em grafite.

A rua central da Favela, toda decorada, desde lá de baixo até o Bar do pará um dos pontos mais altos do morro.

Local onde será instalada a UPP do Palácio, hoje lá há dois containers em verde sem nome escrito dando referência a UPP. O engraçado é que do lado é a casa do Chefe do Tráfico.

Favela x asfalto com a UFF ao fundo.
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Palácio 01
 
Proposta:
Observar como no morro do Palácio é aplicável o conceito de “Aversão a ritualismos” diante da preparação do primeiro dia da Copa do Mundo.
 
Referências Teóricas:
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Companhia das Letras, 1997.

Metodologia:
Consistiu em apenas observar durante toda manhã do dia 12 de Junho de 2014 a preparação dos moradores para a Copa do Mundo e conversar com os mesmos sobre para poder escrever um relato pessoas das experiências vividas.

Relatos de uma manhã no Palácio e seus “Homens Cordiais”

Apesar de muitos termos uma visão fixada sobre a favela, o morro do Palácio é uma verdadeira desmistificação. Além de surpreender pela sua cultura, ele quebra a imagem de que na favela o gênero musical em suma é o Funk. A população do morro do Palácio em sua grande parte é de nordestinos, houve-se muito forró e tecnobrega.

Por isso, assim que acabei de subir o morro cheguei no Bar do Pará. Bar este que é o ponto de encontro dos finais de semana e também seria o da Copa do Mundo. Vi uma a gambiarra feita pelo dono bar junto com alguns moradores, seria um telão improvisado, ele pegou uma lona dessas de propaganda de outdoor, estava bem limpinha, nas quatro pontas amarrou um arame e deixou bem esticada pra comunidade assistir o jogo. Na foto “Palácio 01” pode-se observar o telão ao fundo.

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terça-feira, 29 de julho de 2014

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: Galerias Marginais

Um dos melhores resultados que podemos obter com os trabalhos finais se dá quando a ideia original ganha impulso e se torna algo maior do que inicialmente planejado. É o que aconteceu com o trabalho de Janderson Toth para a disciplina de "Sociologia e Comunicação", no qual o aluno desenvolveu um coletivo de imagens através do tumblr Galerias Marginais - onde registrou, primeiramente, mensagens dos banheiros masculinos da Universidade sobre diversos tópicos; e, posteriormente, reuniu imagens também de outros lugares públicos com um acervo de mais de 150 fotografias. 

Link para o tumblr: http://galeriasmarginais.tumblr.com/

A ficha técnica do trabalho ainda contou com uma análise sob o olhar de Karl Marx, tratando de algumas mensagens específicas para compreender alguns conceitos do autor - e você confere logo abaixo!

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Galerias Marginais
Análise sociológica de grafitos de banheiros masculinos da Universidade Federal Fluminense a partir do pensamento de Karl Marx


Este trabalho vem de forma simples, porém não simplista, ponderar sobre quais aspectos permeiam as manifestações, transpassando pelos parâmetros éticos, estéticos e de valores a que estão submetidos os escritos encontrados em banheiros masculinos dos blocos A, B, C, D, O, P, N e do Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense com os pensamentos do sociólogo Karl Marx.
Podemos considerar que grafitos, grafitti e pichações são denominações de poéticas urbanas contemporâneas, cada qual com sua particularidade, porém também com sua similaridade. É arte urbana, sujeira, crime ou manifestação artística? A dúvida acerca da nomenclatura sugere um debate mais profundo, uma vez que a separação do que é aceito socialmente como arte e o que é considerado vandalismo é bem estrita. Neste sentido, pode-se questionar inclusive se a própria arte seria considerada vandalismo.
Quando uma pessoa entra em uma cabine de banheiro pública e fecha a sua porta, esse espaço torna-se privado, um lugar onde as pessoas geralmente estão sós, protegidas pelo anonimato garantido pelas quatro paredes que as circundam.
Apesar de serem considerados, por alguns, meras inscrições sem sentido, produzidas ao acaso, ou simplesmente atos de vandalismo, os grafitos de banheiro podem propiciar esclarecimentos sobre o comportamento social do homem . Como um canal de expressão disponível a todos, o banheiro público não possui um limite de censura externa, tornando-se um palco discreto para confidências e apresentando-se como meio expressivo para articulação de questões sociais e políticas, configurando-se uma importante via de comunicação. Sendo assim, temos que grafitos de banheiro que correspondem a uma rica via de acesso a padrões de intimidade, fantasias e desejos, projetando aspectos individuais e sociais.
Segundo Renata Plaza Teixeira, em sua tese de doutorado intitulada “Sob a proteção da Vênus Cloacina: diferenças sexuais e interculturais em grafitos de banheiro”, é possível perceber uma aproximação dos temas abordados em grafitos por homens latino-americanos com temas políticos e sociais, buscando uma mudança na dimensão social.
Com uma gama diversa e extensa de imagens que compõem a galeria, um recorte foi necessário a fim de evidenciar as imagens cujos conteúdos possuem expressão de opinião com caráter ideológico mais acentuado em sua formação.
 
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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: análise do fato social da greve dos metroviários de São Paulo, segundo os principais conceitos de Karl Marx

Para mais um trabalho final da disciplina "Sociologia e Comunicação", a aluna Maria Linhares analisou a greve dos metroviários de São Paulo que aconteceu no início de junho. Com foco em informações divulgada pela Agência Brasil em nota oficial à imprensa, ela pôde tratar de assuntos do filósofo Karl Marx - como consciência de classe, luta de classes, entre outros - para complexificar a greve através de uma análise densa.

Vale a leitura!
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Análise do fato social da greve dos metroviários de São Paulo, segundo os principais conceitos de Karl Marx

“Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia na noite de hoje (4), entrar em greve a partir de amanhã  (5),  por  tempo  indeterminado.  Segundo  o  Sindicato  dos Metroviários de São Paulo, a paralisação será  total,  com  exceção  da Linha 4­Amarela,  que  não  é representada  pelo sindicato, e funcionará  normalmente.  Uma  nova  assembleia  está  marcada  para  as  17h  de  amanhã  na sede  do sindicato,  no  Tatuapé.  O  Metrô  informou,  no  entanto, que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou  que  o sistema  de  transporte  opere  100%  no  horário  de  pico.  Ou  seja,  que  garanta  o funcionamento total no horário de maior movimento das linhas, e o funcionamento de 70% nos demais horários, sob risco de multa diária de R$ 100 mil. O Metrô também informou que uma nova reunião de conciliação foi agendada para as 15h30 de amanhã, na sede do tribunal, no centro da capital. O TRT confirmou  essas  informações  à  Agência  Brasil,  acrescentando  que  pediu  o  funcionamento  total  do metrô  entre  as  6h  e  as  9h  e  das  16h  às  19h.  Hoje  ocorreu  uma  reunião  de  conciliação  entre representantes do Metrô e do sindicato,  que terminou sem acordo. A empresa elevou a proposta de reajuste  para  8,7%,  que  foi  rejeitada  pelo  sindicato.  Os  dirigentes sindicalistas  disseram  que  não aceitam proposta inferior a 10% de reajuste. Os metroviários reivindicam reajuste de 35,47% [7,95% de  Inflação  mais  25,5%  de  aumento  real], redução  de  jornada  e  adicional  de  periculosidade,  entre outros. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo representa os funcionários do Metrô nas linhas 1, 2, 3 e 5 da capital paulista, e aprovou a greve em assembleia na terça­feira (27). A categoria pretendia trocar  a  greve por  catraca livre, mas o governo estadual rejeitou a ideia. Por meio de nota, o Metrô informou que repudia a greve que “só prejudica os usuários e a população de São Paulo”. Segundo a companhia,  4,5 milhões de pessoas usam o sistema, com grande impacto na mobilidade da capital paulista.  Tanto que, por causa da greve, a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) decidiususpender o rodízio, amanhã (5).” (Texto: Elaine Patricia Cruz, Agência Brasil).

A matéria escolhida sintetiza bem o cerne da greve dos metroviários da cidade de São Paulo e a reação do  governo  à  manifestação  legítima  dos  trabalhadores  frente  à  insatisfação  com  as  condições  de trabalho  oferecidas  à  eles,  típica  manchete de jornal  de  um país inserido  no sistema  capitalista. No decorrer  da  pesquisa  sobre  este  fato social,  foram surgindo  diversos outros fatos relacionados que muito  me  chamaram  a  atenção  e  que  acho  válidos  para serem  citados  aqui, como  a  confusão  que ocorreu  na  estação  Itaquera,  uma  das  mais  movimentadas  da  capital paulista.  Por volta das 7h da manhã,  usuários  do  metrô,  alegando  não  terem sido  informados sobre o fechamento  do  embarque, derrubaram e quebraram  grades para entrar nas  plataformas. Por medidas  de segurança,  às 7h40 a estação foi  aberta  após  a  Polícia Militar ser  chamada. Ninguém foi  preso, mas  em  uma das notícias sobre o ocorrido, um usuário entrevistado, administrador, 35 anos, deu a seguinte declaração: "Eu me sinto lesado todos os dias. A gente acompanha o noticiário e nada foi falado sobre o fato de os trens não pararem aqui. A gente achou que teria uma alternativa. Eu só quero trabalhar."

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sábado, 26 de julho de 2014

Mídia e Representações da Favela - Trabalhos Finais: "Spotted: Icaraí - dos flertes cotidianos ao reforço da ideia de terror"

Dando continuidade à postagem de trabalhos, apresentamos o da aluna Camila Ferreira, que produziu uma rica análise sobre a página Spotted: Icaraí. Fazendo bom uso da bibliografia do curso, ela dissecou a página - da sua capa às postagens do feed - explanando o conteúdo e discursos preconceituosos que se apresentam. Como algumas citações do trabalho requerem ilustração, criamos uma página com as fotos referenciada para a compreensão plena dos exemplos e argumentos - que você pode acessar clicando aqui.

O texto é rico e vale muito a leitura!
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SPOTTED: ICARAÍ 
DOS FLERTES COTIDIANOS AO REFORÇO DA IDEIA DE TERROR

A página “Spotted: Icaraí” (www.facebook.com/SpottedIcarai/timeline) foi criada em 2013, ano em que as “Spotted” tornaram-se uma moda no Facebook. Essas páginas têm por intuito ser espaços de trocas de mensagens anônimas de paquera. No caso analisado, entre moradores e frequentadores do bairro niteroiense. Na seção “Sobre”¹, há o seguinte texto:


Na foto de capa² há outro texto, exemplificando possíveis situações diárias nas quais os flertes acontecem:


Deste modo, as postagens costumam seguir a linha de conteúdo observada no exemplo abaixo:

A ressignificação

A parir da breve descrição e dos exemplos citados, é possível ter uma ideia do funcionamento da página. Porém, há alguns meses, a “Spotted: Icaraí” parece ter deixado seu propósito inicial. Mensagens a respeito de assaltos, furtos, barulho de tiros, viaturas de polícia, “elementos” e “aglomerações” suspeitas tornaram-se rotina nas timelines dos seguidores. O vasto alcance do canal (com 25 mil curtidas até o dia 16 de junho de 2014) e a grande participação do público fizeram dela uma espécie de "noticiário policial” do bairro, motivando o envio de mensagens com tal conteúdo. Assim, a partir da primeira postagem sobre a temática, vieram as inúmeras outras.
Levando em consideração o fato de Icaraí ser um dos bairros nobres de Niterói, onde se encontra a maior parte das classes média e alta do município, não é difícil entender o porquê do interesse no compartilhamento desses assuntos. O local, sonho de moradia e consumo da maior parte da população da cidade e regiões vizinhas, encontra-se entre morros (Cavalão, Estado, Vital Brazil, Palácio, entre outros), o que significa favelas, gente pobre (negros, em sua maioria), riscos. O favelado representa o mal, o sujo, o sem-alma, tendo de permanecer e aceitar os lugares mais baixos da hierarquia social por conta destes fatores. Tal ideia, oriunda do ponto de vista das elites estrangeiras e brasileiras de outros séculos, ganhou novos formatos ao longo do tempo e se consolida a cada dia. Esta representação do pobre como o "inimigo" (DUARTE: 2003), muito presente na visão dos moradores de Icaraí, se estendeu naturalmente à "Spotted". Ela, como um canal de comunicação, possui uma enorme responsabilidade na construção e manutenção de estereótipos estigmatizantes sobre favela e violência urbana (CHAVES: 2007, p. 72).
O objetivo aqui não é dizer que não acontecem ações ilegais, mas observar como a "Spotted" ajuda a disseminar ainda mais um sentimento de terror e preconceito entre as pessoas. Depois dela, a sensação tida em toda Niterói³ (o bairro é a representação da cidade por inteira) é de um aumento extraordinário dos roubos e sequestros, a ponto de não se poder sair de casa. Essa impressão é causada não pelo real crescimento desses indícios, mas pelo aumento de sua divulgação. É como se antes da exposição desses casos na página eles ainda não ocorressem e quando não há textos a respeito, não estariam acontecendo.
Desta forma, a "Spotted: Icaraí" se mostra como uma página de luta de classes, onde as histórias são contadas pelo ponto de vista dos ricos, os sempre mocinhos sofredores, inquestionavelmente. É a velha ideia do morro (pois todos os favelados são bandidos, vagabundos, malvados) invadir o asfalto e tomar um lugar que não lhe pertence.

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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "Pró-Escolha"

Escolhendo um tema denso que ainda é mundialmente debatido em diversas áreas, a aluna Maria Vitória Faza analisou o complexo aborto sob os paradigmas religiosos para seu trabalho final da disciplina "Sociologia e Comunicação". Dialogando com os conceitos de Émile Durkheim e Max Weber, ela dissertou sobre os valores sociais instaurados no catolicismo e evangelho, apontando estatísticas e casos de gravidez não desejada frente às consequências que os dogmas religiosos acarretaram.

Vale muito a leitura!
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 Pró-Escolha

O seguinte texto não pretende abarcar todos os aspectos teóricos/sociais de um tema tão complexo, no entanto, da forma mais concisa possível, pretende abrir margem à reflexão acerca da postura do cristianismo, especialmente das doutrinas católica e evangélica, frente ao aborto, usando de conceitos de Durkheim e Weber, interpretando-os de acordo com a proposta pretendida.

No último dia 22 de maio, o Ministério da Saúde publicou em nota a Portaria de nº415, um complemente à lei 12.845, estipulando que seriam repassados aos hospitais públicos R$443,40 por gravidez interrompida, nos âmbitos legais, custeando os gastos do procedimento nos hospitais do SUS. Além disso, a portaria garantia não só o atendimento humanizado à gestante que precisasse de um aborto, como determinava de uma vez por todas quais os casos em que esse procedimento seria legal, evitando, assim, qualquer argumentação que pudesse ser usada para negar esse tipo de atendimento. Em linhas gerais, a portaria regulamentava a verba que o Ministério repassaria aos hospitais do SUS, de forma a ampliar o acesso ao aborto às vítimas de violência sexual grávidas, gestantes de feto anencéfalo e gestantes em gravidez de risco de vida.

No entanto, no dia 29 de maio (ironicamente, um dia depois de 28 de maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna), a Portaria nº415 foi revogada através da Portaria nº437. O ministro da saúde, Arthur Chioro, declarou que “havia falhas, logo resolveu revogá-la para melhor estudá-la”. Medida que corrobora com a pressão realizada pela bancada evangélica em torno da portaria porque, teoricamente, o texto abriria margem para a realização do aborto em outros casos. Na ocasião, o PSC declarou que recorreria à justiça para revogar a portaria, medida que acabou não sendo necessária.
Apesar de arbitrária, a postura da bancada evangélica não foi aleatória, mas condizentes com os preceitos não só de fé, mas de uma convenção social que condena o aborto. Os dados não são precisos mas, em média, 70% dos brasileiros são contra a descriminalização do aborto. Segundo o site do Estadão, uma faculdade, não especificada qual, de ciências sociais fez o levantamento entre abril e maio de 2010, com 1,2 mil entrevistados. Sendo uma pesquisa quantitativa, nos moldes “Durkheimianos”, é bastante útil para ilustrar, numericamente, o quão o pensamento conservador é partilhado por um contingente considerável de pessoas.



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terça-feira, 22 de julho de 2014

Mídia e Representações da Favela - Trabalhos Finais: "As representações de favelas através de letras de funks"

No trabalho final de Raphael Silva para a disciplina "Mídia e Representações da Favela", o aluno utilizou-se da interpretação de algumas letras de funks para compreender o caráter de representação do contexto social no qual o gênero está inserido. Com várias citações à bibliografia do curso, ele buscou problematizar as disputas simbólicas que moradores da favela encontram sua voz através de MCs e suas músicas para falar desse espaço de potencial criativo, econômico e cultural.

Vale a leitura!
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 As representações de favelas através das letras de funks
Antes de começar a analisar as letras, gostaria de problematizar a ideia de identidade, que pautará toda a disputa por representação contida nas letras, e também falar um pouco das raízes do funk no Rio de Janeiro.
De acordo com Tomaz Silva (SILVA, 2000) dentro da perspectiva da diversidade, "a diferença e a identidade tendem a ser naturalizadas (…). São tomadas como dados (…) diante dos quais se deve tomar posição. Em geral, a posição socialmente aceita (…) é de respeito e tolerância". Ratificando essa fala de Tomaz, podemos trazer as discussões de Bourdieu (BOURDIEU, 2011) sobre o espaço físico e social. O autor lembra que a naturalização das realidades sociais no mundo natural acarreta com que as diferenças produzidas pela lógica histórica - ou seja, as disputas históricas no campo do discurso - podem parecer "surgir da natureza das coisas".
Desta forma, este trabalho tentará mostrar como, através das letras de funk, há uma tentativa, por partes dos MC's - moradores das favelas - de quebrar essa visão naturalizada da condição social do local e brigar por uma representação que rompa com os estereótipos, mostre o potencial cultural, econômico e criativo das favelas, contribuindo para a visão de que a favela é um espaço de produção de bens sociais, econômicos e culturais, em potencial de igualdade com qualquer outro espaço urbano.
Clique aqui para conferir o trabalho na íntegra!