terça-feira, 1 de abril de 2014

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: Projeto de lei 01-00002/2013 e a “Lei do Pancadão”, análise através dos conceitos de Marx


De volta aos trabalhos!

A aluna Caroline Vicente utilizou alguns conceitos de Marx para embasar seu texto. Ela aborda a criminalização do Funk pelas classes dominantes, analisando dois projetos de Leis recentes.

_____________________________________________________________________

Projeto de lei 01-00002/2013 e a “Lei do Pancadão”,
análise através dos conceitos de Marx

Introdução

O tema que pretendo abordar para análise neste texto é o projeto de LEI 01-00002/2013 que: “Proíbe a utilização de vias públicas, praças, parques e jardins e demais logradouros públicos para realização de bailes funks, ou de quaisquer eventos musicais não autorizados e dá outras providências”, dos vereadores Conte Lopes (PTB) e Coronel Camilo (PSD) vetado pelo prefeito de São Paulo Fernando Haddad no dia 08/01/2014, e a LEI Nº 15.777, DE 29 DE MAIO DE 2013 que estabelece que veículos fiquem proibidos de emitir ruídos considerados de alto nível pela legislação mais restritiva, "provenientes de aparelhos de som de qualquer natureza e tipo, portáteis ou não, especialmente em horário noturno.", e que começou a valer a partir de 01 de janeiro de 2014 na cidade de São Paulo.

Análise do objeto a partir dos Conceitos de Marx

Para Marx “a história de todas as sociedades até nossos dias é a história da luta de classes (...) opressores e oprimidos se encontram sempre em constante oposição” (Manifesto Comunista). E é dessa eterna luta de classes que surgem as mudanças socias.
Para ele a sociedade pode ser vista como um edifício onde sua base (infraestrutura) é de origem econômica, ou seja, é baseada no conjunto das relações de trabalho, e o modo de produção vigente em determinado tempo e lugar. E nos andares superiores estariam às superestruturas que seriam reflexos da base material da sociedade, e que abrangeriam as normas jurídicas, os comportamentos políticos e sociais, as manifestações religiosas, a base ética, filosófica e moral, ou seja, toda a aparência da sociedade.
Porém grande parte da superestrutura social age de maneira a dar sustentação ao estado, mascarando a realidade e impondo verdades em nome da uniformidade, da identidade, das liberdades, etc., criando ideologias a fim de legitimar a base.
Contudo, para Marx, ideologias servem apenas para mascarar a exploração das classes oprimidas. Seu objetivo é evitar os conflitos abertos entre dominadores e dominados servindo como uma forma de consciência, mas uma consciência parcial, ilusória e enganadora que se baseia na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de hegemonia da classe dominadora.
Se ideologia é um instrumento das classes dominadoras para perpetuar suas ideias entre as classes dominadas, os dominados se tornam alienados sobre sua própria consciência de classe, não possuindo uma consciência de classe e nem de sua condição de explorados.

Mas afinal o que tudo isso tem a ver com o projeto de LEI 01-00002/2013 e a LEI Nº 15.777 da cidade de São Paulo?

Continue lendo, clique aqui!


segunda-feira, 24 de março de 2014

Sociologia e Comunicação I - Trabalhos Finais: #murosdauniversidade


Continuando a série de postagens sobre os trabalhos.

A aluna Luiza Gomes, de Sociologia e Comunicação I, criou um tumblr a fim de retratar algumas intervenções nos muros da UFF. Ótimo trabalho, ótimas intervenções!
______________________________________________________________________


#murosdauniversidade


Durante as aulas de Sociologia e Comunicação um dos temas abordados foi a ocupação e a apropriação do espaço urbano. 



Entre atos em praças, shoppings e passeios públicos a forma mais comum de intervenção urbana é a pichação. Seja em frases de resistência ou em forma de desenhos (os chamados grafitte) a arte está presente em praticamente todos os cantos da cidade.

O espaço escolhido para retratar as pichações e o grafitte foi a própria UFF, espaço que percorremos quase que diariamente e poucas vezes damo - nos conta do que seus muros dizem. 


Link para o Tumblr: http://murosdauniversidade.tumblr.com/

terça-feira, 18 de março de 2014

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: A Fuga das Galinhas: uma teoria Marxista.


Dando continuidade aos nossos trabalhos...

O próximo é do Alexandre Paz, aluno de Sociologia e Comunicação. O Alexandre analisou a animação "A Fuga das Galinhas" e comparou com diversos conceitos da teoria Marxista. Vale a pena ver (ou rever) o filme após a leitura do trabalho!
___________________________________________________________________

A Fuga das Galinhas: uma teoria Marxista

Apenas um simples filme infantil, para muitos, pode parecer esta produção que retrata a vida de meras galinhas em uma granja dominada por uma família que visa acima de tudo o lucro explorando-as. Porem, na verdade trata-se de uma exemplificação de umas das mais famosas e complexas teorias produzidas pelo homem quanto sua sociedade comum- uma teoria muito conturbada quanto sua aplicação e seu radicalismo em prática pensada por Karl Marx que em seguida será melhor abordada.

O filme, produzido em 2000, aborda a história de galinhas pertencentes à Granja dos Tweedy, pequena propriedade rural, as quais são semanalmente avaliadas quanto à colocação de ovos em busca sempre de aumentar a lucratividade, e se não aprovadas no teste servem de comida no jantar. Contudo, as galinhas do filme são pensativas e organizadas vislumbrando um plano para poderem fugir do lugar, e é neste momento que faço a primeira pausa para introduzir o pensador aplicado nesta obra. Karl Marx, intelectual proveniente da Alemanha mas que elaborou seus maiores pensamentos na Inglaterra, baseia seu pensamento na necessidade mais básica do homem que seria subsistência- para ele esta subsistência é sanada ao retirar da natureza (eco) sua sobrevivência em questões essenciais como alimentação etc. Portanto para o sociólogo, era necessário “domar” de certo modo esta natureza para que não estivesse suscetível  à condições adversas que poderiam prejudicar sua vida, para Marx era necessário normatizar (“nomia”) a natureza (eco) eis que vos surge a base que determina o pensamento marxista: a Economia. E esta dominação dos meios de produção (natureza) se dá possível através da força de trabalho fornecida pelo homem, só assim o homem é capaz de garantir sua sobrevivência.

Continue lendo, clique aqui!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sociologia e Comunicação I - Trabalhos Finais: Resenha dos curtas-metragens: “A pedreira de São Diogo” (1962), de Leon Hirszman e “Do Porto ao Porto Maravilha” (2011) de Priscilla Xavier.


Estamos no início de mais um semestre letivo no curso de Estudos de Mídia e, como de costume, vamos postar os trabalhos que mais se destacaram no semestre passado nas turmas de Sociologia e Comunicação e Sociologia e Comunicação I.

Para abrir essa sequência, segue a resenha da aluna de Sociologia e Comunicação I, Joana d'Arc.

Joana teve como objeto de análise os filmes "A Pedreira de São Diogo" e "Do Porto ao Porto Maravilha". Ambos foram exibidos em uma sessão do CINECLUBE DO GRECOS, com direito a um bate-papo com a idealizadora do segundo filme, Priscila Xavier.

A resenha da Joana é muito interessante para pensarmos a atual conjuntura da cidade do Rio de Janeiro e seu entorno. A partir de um breve apanhado histórico, com a referência do filme de Leon Hirzman e a contextualização contemporânea a partir do filme de Priscila Xavier, a aluna aborda temas como a remoção de comunidades inteiras, resultado de um processo de gentrificação cada vez mais presente em uma cidade-empresa destinada a ser campo para mega eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e a resistência popular, imprescindível para a utilização mais democrática do espaço público.
_____________________________________________________________________

Resenha dos curtas-metragens: “A pedreira de São Diogo” (1962), de Leon Hirszman e “Do Porto ao Porto Maravilha” (2011) de Priscilla Xavier.

Décadas separam os curtas “A pedreira de São Diogo” e “Do Porto ao Porto Maravilha”, porém, as transformações urbanísticas pairam em ambos, conjuntamente com a remoção da população de sua moradia. Além disso, ainda que sejam períodos distintos, ainda que o primeiro curta seja uma ficção, ainda assim, eles revelam um retrato real, problemático e que se repete ao longo da história da cidade do Rio de Janeiro: um retrato de transformações que se dizem embasadas em avanços, melhorias, investimentos, mas que parecem nada se importar com a população local.

O curta “A pedreira de São Diogo” conta a história de trabalhadores de uma pedreira que ao perceberem que o aumento da carga de uma das explosões irá ocasionar o desabamento dos barracos da favela, localizada acima da pedreira, resolvem convocar a população para resistir e impedir a continuação das explosões. Vale ressaltar que esses trabalhadores também são moradores dessa favela, mas não podem parar seu trabalho, pois precisam dele e também porque sabem que podem ser substituídos por outros que darão continuidade as explosões. Esse curta aponta para o descaso com a população pobre e moradora de favela, nele tem-se a sensação de que as casas e aquelas pessoas não são consideradas e com isso as “remoções” (devido as explosões) das casas seriam apenas como mais pedras retiradas do caminho.

Continue lendo, clique aqui.



domingo, 10 de novembro de 2013

Crônica " Caí do mundo e não sei como voltar"


            Eduardo Galeano e o "Caí do mundo e não sei como voltar"


            Lendo o texto "Caí do mundo e não sei como voltar" do escritor Eduardo Galeano, percebe-se o sentimento de não encaixe que o autor alimenta , vivendo na era do "descartável", das obsolecências programadas e das trocas materiais constantes.
            É um tanto senso comum dizer que pessoas mais velhas tem mania de guardar tudo,qualquer objeto,qualquer caixinha,potes e etc.Mas atravessando o olhar de Galeano, é claro a dificuldade de transposição de mentalidade,para alguém que veio de uma época antes que o tempo útil dos objetos não era tão ultra fulgaz. Quem via "gillettes" transformarem-se em apontadores escolares, dificilmente vai compreender com pouca ansiedade,que deve-se trocar um aparelho celular de 6 em 6 meses,porque o modelo posterior tem diferentes duas ou três funções a mais que o antecessor.
            Amenizando posturas críticas através de colocações com ares de uma nostalgia um tanto "reclamona", impossível não notar o questionamento em relação á consagração a um consumo,em detrimento de soluções inventivas no reaproveitamento dos objetos : "Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar isqueiros descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para isqueiros descartáveis."
                 A forma com que esse "espírito descartável" vai normatizando as relações mundanas e culturais é motivo de questionamento.Quando se incentiva o "jogar fora", como lidar com a manutenção da noção de memórias coletivas?Como não agir nas relações humanas,como se tudo fosse acabar na próxima "temporada" , para deixar o passado efêmero no fundo não mais de gavetas,mas sim de lixos?
                 Mas como o próprio uruguaio fala , esta é só uma "...uma crônica que fala de fraldas e de celulares...",mas que vale sim,muito a pena ser lida e refletida pelo toque sempre sensível e poético que o autor apresenta:
                  Segue um link para leitura da crônica:

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mídia e Mobilização Social - Trabalhos Finais: "Sem Partido"

Mais um trabalho da turma de Mídia e Mobilização Social!

As alunas Helena de Serpa e Júlia Pacheco analisaram a apropriação e ressignificação das mobilizações populares, ocorrentes a partir do mês de junho desse ano, por parte dos partidos políticos PPS, PV, PDT e PRB, através de suas propagandas televisivas vinculadas na mesma época das mobilizações. Para expor o resultado, as meninas utilizaram uma plataforma de revista digital que pode ser acessada a partir do link abaixo.


Clique AQUI para conferir o material completo!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Mídia e Mobilização Social - Trabalhos Finais: "'É hora de pôr um ponto final nisso': mídia e criminalização dos movimentos sociais"


Retomando os trabalhos da turma de Mídia e Mobilização Social, hoje vamos compartilhar o excelente texto da Letícia Barbosa. Através de um apanhado histórico, a aluna analisa e promove uma reflexão muito interessante sobre as formas de repressão aos movimentos sociais e a importância da resistência popular.

Vale a pena ler tudo!

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------


imagens década de 60, Brasil; imagens década de 10, Brasil

"É hora de pôr um ponto final nisso": mídia e criminalização dos movimentos sociais

"A questão social é uma questão de polícia". Esta comparação poderia ter sido retirada de algum depoimento dos atuais dirigentes políticos sobre as diversas manifestações que se alastraram - e ainda se fazem presentes - no território nacional ao decorrer dos meses de junho e julho desse ano. Mas a célebre frase entrou para os anais da história republicana brasileira durante o mandato do presidente Washington Luís (1926-1930), último representante da República velha, refletindo claramente sua postura criminalizante em relação aos movimentos sociais que surgiram durante seu mandato, revindicantes de amparos sociais e direitos trabalhistas inexistentes à época (SANSON, 2008). Tratar movimentos sociais como "casos de polícia" não é, portanto, uma postura inédita nem exclusiva dos governos municipais e estaduais vigentes aos recentes protestos.

Continue lendo, clique aqui!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "Tempos Modernos e Marx"


Dando sequência aos trabalhos da turma de Sociologia e Comunicação!

A aluna Elisa Paixão escolheu como objeto de análise o filme "Tempos Modernos", a obra de Chaplin é uma crítica às falhas do sistema capitalista e pôde ser relacionado por Elisa aos conceitos de luta de classes, ideologia e alienação.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Tempos Modernos e Marx


Ao comparar o famoso filme de Charles Chaplin com os conceitos marxistas, encontram-se muitos pontos em comum. Tal obra, por mostrar as imperfeições do capitalismo, rendeu a Charles Chaplin acusações de se envolver com a doutrina comunista. Afinal, o filme se trata da Revolução Industrial e é possível a identificação explícita de três conceitos do sociólogo alemão através de um toque de humor característico do cineasta. São eles: luta de classes, ideologia e alienação.

Começando pela luta de classes, para Marx, esse é o conceito em que ocorre o conflito entre os meios de produção, ou burguesia (opressores) e o proletariado (oprimidos). No filme, isso se expressa de diversas formas, como por exemplo, na primeira cena: mostra a saída de ovelhas de um curral e a imagem se transfigura na forma de trabalhadores chegando à fábrica para trabalhar. [...]

Continue lendo, clique aqui!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sociologia e Comunicação - Trabalhos Finais: "Jogos Vorazes - Análise a partir do sociólogo Karl Marx"


Voltando aos trabalhos da turma de Sociologia e Comunicação, vamos compartilhar hoje a análise da Fernanda Bragança sobre o filme "Jogos Vorazes". O filme é ambientado em um país fictício, pós-apocalíptico, onde a estratificação social é bem delimitada. Baseada nisso, a aluna relacionou a narrativa e o conteúdo do filme aos conceitos elaborados e desenvolvidos por Marx.

Confira o trabalho da Fernanda abaixo!

______________________________________________________________________


Jogos Vorazes - Análise a partir do sociólogo Karl Marx

Apresentação:

Escolhi como objeto de análise o primeiro volume da trilogia juvenil "Jogos Vorazes". O livro da autora norte-americana Suzanne Collins é narrado pela personagem Katniss Everdeen, 16, nascida no Distrito 12. Basear-me-ei no filme e livro, porém focando no filme, para analisar a história a partir dos conceitos do sociólogo Karl Marx.

Após uma guerra e inúmeros desastres naturais, formou-se Panem, uma país composto por treze Distritos e a Capital. Panem seria um país pós-apocalíptico (localizado onde hoje está a América do Norte), em que a Capital, única metrópole desenvolvida tecnologicamente, dominaria doze Distritos mais pobres ao seu redor.

Continue lendo, clique aqui.

               
Imagens do filme "Jogos Vorazes"

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mídia e Mobilização Social - Trabalhos Finais: "Xota M Xota"


No último semestre, a professora Ane Enne ministrou a disciplina de Mídia e Mobilização Social. Um curso novo em Estudos de Mídia que encontrou um período mais que propício para a discussão do tema em sala de aula. Além de fazer um apanhado histórico sobre diversos movimentos sociais, em função da série de manifestações que vêm acontecendo desde junho desse ano, as aulas foram tomadas de trocas e discussões pautadas nas experiências pessoais de cada aluno que foi pra rua compor o movimento e na cobertura midiática sobre as manifestações, gerando um semestre muito produtivo e positivo.

Como fruto, os trabalhos finais do curso de Mídia e Mobilização Social não poderiam passar batidos. Dessa forma, iremos compartilhar aqui no blog os trabalhos dessa turma também.

Dando início à sequência, o trabalho dos alunos Bruno Pestana, Pilar Diniz e Pollyane Belo, feito na última Marcha das Vadias que aconteceu em Julho, no Rio de Janeiro.
______________________________________________________________________



O vídeo "Xota M Xota" foi produzido como trabalho final para a disciplina de Mídia e Mobilização Social, com o objetivo de pensar questões discutidas em sala de aula. O nome foi dado em referência a um dos gritos bradados durante a Marcha das Vadias, satirizando a sigla "JMJ", da Jornada Mundial da Juventude, que estava ocorrendo no mesmo momento.

Na disciplina, discutimos as diversas formas de mobilização social, luta e resistência dentro e fora da mídia. Durante o período em que a disciplina foi lecionada, diversas mobilizações e marchas ocorreram. Dessa forma, conseguimos experimentar o que estávamos estudando em sala de aula.